Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Executivos da Netflix no Brasil reuniram a imprensa de todo o país para mostrar seu line-up para 2025 — o "maior ano da história" para a empresa, segundo eles. Mas também falaram sobre assuntos ligados diretamente à indústria, como a regulamentação do streaming e o lançamento de filmes nos cinemas.
Elisabetta Zenatti, vice-presidente de conteúdo, defendeu a regulamentação. "Todos nós evoluímos, especialmente a produção independente. O streaming teve papel de demanda fundamental na pandemia, e o ecossistema se alimenta disso. Acreditamos nesta curva de crescimento e, por isso, apoiamos a regulamentação do VoD e instrumentos de fomento para o setor", disse.
Ela mencionou a série Senna, vista por mais de 16 milhões de lares pelo mundo. "Foi um desafio interno e, também, para a indústria audiovisual."
No encontro, ocorrido na sede da Netflix, em São Paulo, também estiveram presentes Gabriel Gurman, diretor da divisão de filmes, Elisa Chalfon, responsável por todos os conteúdos de não ficção, e Hana Vaisman, que comanda a produção de séries ficcionais.
Lançamentos theatrical fora dos planos
Os executivos negaram planos de lançar filmes no cinema — com exceção de casos específicos, como já acontece com obras de prestígio cotadas para premiações — nem em salas Imax. A negativa foi feita quando a Filme B lembrou a notícia de que As crônicas de Nárnia, previsto para 2026, chegará antes às telas com esta tecnologia, sinalizando uma possível mudança de estratégia na relação entre a plataforma e as exibidoras. "No momento, não é o caso", reforçou Elisabetta.
Outro tema muito atual abordado é o uso de inteligência artificial (IA) no entretenimento, mas a executiva garantiu que o recurso só é utilizado no algoritmo de recomendação da plataforma. "Quem faz conteúdo são os criadores."
Os jornalistas puderam ver trechos exclusivos de produções aguardadas, como Caramelo, longa sobre o cachorro sem raça mais famoso entre os brasileiros; a comédia Família pero no mucho, com Leandro Hassum, filmada em Bariloche, na Argentina; e O filho de mil homens, adaptação do livro homônimo de Victor Hugo Mãe, dirigida por Daniel Rezende.
Evento em Los Angeles reforça line-up internacional
Antes de ver os conteúdos brasileiros, a imprensa assistiu a uma transmissão ao vivo, diretamente de Los Angeles para vários países, na qual Bela Bajaria, diretora de conteúdo global, falou um pouco do que vem por aí para os 300 milhões de assinantes do serviço espalhados pelo mundo.
No palco ou por meio de vídeos, realizadores e atores apresentaram trechos exclusivos de seus novos projetos, como Guillermo del Toro (Frankenstein), Ben Affleck (RIP, um thriller policial) e Tina Fey, que vai adaptar As quatro estações do ano (1981) numa minissérie.
Bela Bajaria aproveitou a oportunidade para negar que a Netflix seja, segundo ela, um catálogo sem "séries e filmes de prestígio", citando, inclusive, Emilia Pérez, recordista de indicações ao Oscar (13) para um filme de língua não inglesa, e também duas séries previstas para este ano: Black rabbit, com Jude Law, e Zero Day, com Robert de Niro.
"Acontece que, ao contrário de outras plataformas, tentamos não ter uma audiência específica, mas abranger todos os públicos", completou Bela Bajaria, reafirmando, ainda, o compromisso em apostar em conteúdo ao vivo, depois do sucesso da luta entre Jake Paul e Mike Tyson, e do show natalino de Beyoncé, no intervalo dos jogos da NFL.
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