Veneza faz reflexão sobre "situação atual do cinema", e primeiras sessões animam mercado

Veneza faz reflexão sobre "situação atual do cinema", e primeiras sessões animam mercado

Redação
30 ago 24

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Divulgação

Festival de Veneza

Um ano após a greve dos roteiristas e atores de Hollywood, Veneza começou nesta semana com toda a pompa que se espera do mais antigo festival de cinema da Europa. As primeiras exibições causaram fortes repercussões e críticas elogiosas, indicando um line-up poderoso e animando o mercado global.

O evento começou com uma reflexão sobre a "situação do cinema contemporâneo", que a atriz Isabelle Huppert, presidente do júri, classificou como "muito fraco". "E é justamente por isso que o Festival de Veneza é necessário", ponderou a atriz, sinalizando a importância de um evento como esse jogar luz sobre os próximos lançamentos.

O filme de abertura foi Os fantasmas ainda se divertem - Beetlejuice Beetlejuice (Warner), muito bem recebido pela crítica especializada, que viu na obra um bem-vindo retorno de Tim Burton à sua boa forma. A recepção positiva reforça o entusiasmo manifestado pelos exibidores brasileiros quando viram a comédia em sessão especial organizada pela Warner.

Quem rendeu manchetes na imprensa internacional foi a diretora holandesa Halina Reijn, que em Babygirl, protagonizado por Nicole Kidman, retrata diversas cenas de orgasmo feminino. Ela disse querer trazer "o sexo de volta aos cinemas" num momento em que se discute um aumento do conservadorismo do público diante de cenas eróticas.

Petra Costa é elogiada, e Angelina Jolie gera conversa sobre Oscar

Um dos principais destaques até agora foi Maria, de Pablo Larraín, no qual Angelina Jolie interpreta a soprano Maria Callas. A cinebiografia foi aplaudida por dez minutos, e já circula uma conversa sobre uma indicação ao Oscar praticamente garantida para a atriz.

A documentarista brasileira Petra Costa também foi elogiada pelo seu novo trabalho, Apocalipse nos trópicos, no qual aborda a ascensão da religião evangélica e seu impacto na política. A Hollywood Reporter disse que o longa "é essencial para todo mundo interessado na mistura entre política e religião".

O Festival de Veneza vai até 7 de setembro. Filmes como Ainda estou aqui, de Walter Salles, e Coringa 2, ambos em competição, são alguns dos mais aguardados.