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O lançamento de Ghostbusters - Apocalipse de gelo, no próximo dia 11 de abril, não significa apenas a chegada de mais um título dos Caça-Fantasmas aos cinemas. Marca também os 40 anos da popular franquia dos anos 1980 (leia mais aqui sobre a campanha de divulgação).
Não surpreende, portanto, que o novo filme mergulhe deliberadamente na nostalgia para atrair um público de adultos catequizados desde a infância pelo universo criado por Ivan Reitman (1946-2022), Harold Ramis (1944-2014) e Dan Aykroyd.
Esse processo vem desde 2021, com a estreia de Ghostbusters - Mais além. Dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan, o longa ignorou a versão 100% feminina dirigida por Paul Feig, em 2016, e propôs novos personagens, abraçando sua vocação natural de filme-família ao centrar o enredo em Callie (Carrie Coon), uma mãe solteira falida que se muda para o interior com os dois filhos adolescentes, Phoebe (Mckenna Grace) e Trevor (Finn Wolfhard).
Em Apocalipse de gelo, dirigido por Gil Kenan, ela se mantém como condutora da história, que surge bem mais entremeada às referências de antes. A primeira e mais marcante delas é a retomada de Nova York como cenário. A segunda é a reocupação da antiga estação de bombeiros como sede e morada da família, que passa a atuar formalmente como uma empresa de caça-fantasmas ao lado de Gary (Paul Rudd), com quem Callie se envolve.
Após perseguições desastradas que deixam rastros de destruição pela cidade, o prefeito ameaça suspender a atuação dos exterminadores. Devido à pouca idade, Phoebe é impedida de prosseguir no serviço. Porém, seu fascínio pela ciência a faz persistir nas investigações do mundo paranormal mesmo na surdina. Ao conhecer Melody (Emily Alyn Lind), uma fantasma adolescente, ela desencadeia os eventos que vão girar a trama rumo ao apocalipse gelado preconizado no título.
Diferentemente do que acontece no longa anterior, a linha narrativa principal se desenrola junto à dos personagens originais, contribuindo diretamente para a ação. Raymond (Aykroyd) se tornou colecionador de objetos de ocultismo, e é nas mãos dele que vai parar uma estranha esfera na qual está aprisionado Garraka, o vilão da vez. Enquanto isso, Venkman (Bill Murray) segue estudando fenômenos psíquicos. Já Winston (Ernie Hudson), agora um bem-sucedido empresário, lidera a frente de engenheiros responsáveis por desenvolver novas parafernálias de contenção de fantasmas.
Apesar das tecnologias digitais disponíveis nos dias de hoje, os equipamentos continuam repletos de botões analógicos. Quando há algum tipo de atualização, ela está de certa forma vinculada ao passado (como o drone de captura de monstros, uma evolução simples da já conhecida armadilha montada sobre um carrinho de controle remoto).
Essa aura retrô e até um pouco decadente é reflexo das doses cavalares de saudosismo do qual o longa se nutre. Afinal, os Caça-Fantasmas nunca foram heróis clássicos e isso permanece inalterado. A graça sempre foi vê-los driblar o desprezo alheio e insistir em fazer um trabalho sujo com o qual pouca gente quer lidar.
Nos anos 1980, era possível traçar um paralelo do papel deles com o da polícia de Nova York na missão de reverter o caos de criminalidade no qual a cidade havia mergulhado na década anterior. Na ausência desse pano de fundo, o filme se contenta em apresentar uma aventura despretensiosa e que, diante do excesso de personagens envolvidos, não tem vergonha de deixar pontas soltas, algo compensado pelo carinho do público mais velho com a longeva franquia e o carisma da jovem Mckenna, gerando identificação nos mais novos.
Ghostbusters - Apocalipse de gelo chega aos cinemas brasileiros com um histórico positivo. Em seu fim de semana de estreia nos Estados Unidos, em março, o longa ficou no topo das bilheterias, arrecadando US$ 45,2 milhões, ligeiramente acima dos US$ 44 milhões de seu filme antecessor. Se por um lado o resultado demonstra consistência da base de fãs, por outro revela um crescimento tímido mesmo com uma conjuntura mais favorável e sem temores relacionados à pandemia de Covid-19 como os enfrentados em 2021.
Por aqui, o longa terá a missão de desbancar Godzilla e Kong - O novo império, atual detentor da melhor abertura nacional do ano. Será que um velho arsenal de armas de prótons vai dar conta de dois monstros desse tamanho? A ver.
Exposição de itens da franquia esquenta estreia
Para comemorar os 40 anos dos Caça-Fantasmas e turbinar o burburinho em torno da estreia de Ghostbusters - Apocalipse de gelo, a Sony Pictures montou uma exposição no Museu da Imagem e do Som de São Paulo com itens que exaltam os quatro filmes da franquia. A ação reedita uma estratégia já realizada pela distribuidora para o lançamento de X-men - Apocalipse, em 2016, e aposta no apelo da marca enquanto símbolo pop.
Uma réplica do Ecto-01, a viatura da equipe, recebe o público na área externa do museu junto a uma estátua do gosmento fantasma Geleia, que também faz uma participação no novo longa da série. No espaço diminuto do foyer do auditório, um circuito convida a um passeio breve por cada um dos longas. Manchetes de jornal aludem às histórias dos filmes, projeções holográficas geram aparições fantasmagóricas e um vídeo apresenta entrevistas com os atores em uma sala que reproduz um dos ambientes do longa de estreia.
A cenografia criada pela Case Lúdico para situar o público dentro do contexto da franquia é detalhada e feita sob medida para render muitas fotos e postagens nas redes sociais. Difícil resistir, por exemplo, a fazer pose na barra da estação de bombeiros dos caça-fantasmas.
O destaque, no entanto, fica com os objetos de cena originais usados nos sets de filmagem, como os macacões marrons usados como uniformes e também as mochilas de prótons com as quais os personagens capturam as ameaças.
A exposição é gratuita, sem necessidade de retirada de ingressos, e fica aberta à visitação no MIS até 5 de maio. O museu está localizado na av. Europa, 158, Jardim Europa, em São Paulo, e fica aberto de terça a sexta, das 10h às 19h; aos sábados, das 10h às 20h; e nos domingos e feriados, das 10h às 18h.
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