Referência
no mercado de
cinema no Brasil
A polícia recuperou pelo menos 31 projetores da Quanta/DGT em Campo Grande (MS), em uma nova apreensão de material roubado de um galpão no Rio de Janeiro, há um mês. Os equipamentos, que estavam em um armazém na capital sul-mato-grossense, foram encontrados nesta segunda, dia 2, graças a uma investigação da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), e devem ser encaminhados aos exibidores nos próximos dez a 15 dias.
“Estamos terminando a entrega dos itens que foram recuperados em Belo Horizonte no último dia 11, vamos começar imediatamente a remessa desses novos equipamentos apreendidos”, adiantou ao Filme B a diretora de operações da empresa integradora, Suzana Lobo, que acompanha o caso no Mato Grosso do Sul.
Segundo ela, uma primeira análise mostrou que as peças estão em bom estado, algumas até com adesivos de identificação do destinatário. Nem todos os equipamentos estavam ainda em pallets, com o kit completo de digitalização, que inclui ainda servidor e acessórios, como na apreensão anterior. Nesta, foram recuperados principalmente projetores.
A investigação da Deco transcorreu em sigilo e os executivos da Quanta/DGT souberam da apreensão pela imprensa. De acordo com o diretor de desenvolvimento de negócios da integradora, Luiz Fernando Morau, a seguradora, que está acompanhando o caso de perto, já estava ciente da averiguação.
Como já é a segunda leva de equipamentos recuperados, Morau trabalha com a hipótese de o restante ser encontrado antes que o seguro precise ser pago. “Quem concebeu essa ação criminosa provavelmente não sabia que os itens levam número de série e por isso teriam entrada difícil mesmo pelo mercado negro. Portanto, são produtos sem liquidez, que até para o desmonte necessitariam de um especialista bem remunerado”, afirma.
Ao todo, 120 kits foram roubados de um galpão em Vigário Geral no mês passado. Os equipamentos, das marcas Barco, Doremi, Dolby, Multivac e Integ, são avaliados em US$ 9 milhões. O crime trouxe um ingrediente de suspense a mais ao já complicado processo de digitalização dos cinemas do país, que opera em regime de máxima urgência por conta do curto prazo para terminar. Os exibidores têm até 31 de maio para a integração (instalação dos servidores que monitoram as sessões), sob pena de não receberem o VPF, taxa paga pelas distribuidoras para financiar a conversão digital.
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