Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Disponível desde quarta-feira, 24 de dezembro, em plataformas parceiras da Sony Pictures, tais como Google Play, XBox Video e YouTube Movies, bem como por um site oficial, a polêmica comédia A entrevista, com Seth Rogen e James Franco, está gerando muito interesse online - não só pelos canais oficiais, mas também através de downloads piratas, que começaram a pipocar logo na sequência e teriam sido mais de 750 mil nas primeiras 20 horas. Chama a atenção o fato de um único site de compartilhamento de vídeos na China ter registrado mais de 300 mil visualizações. A cópia ali compartilhada tinha legendas em chinês. O interesse do público local teria se dado principalmente em função do escândalo de vazamento de emails, filmes e informações privilegiadas da Sony, num esquema creditado pelo FBI a hackers a serviço do governo norte-coreano. A China, que tem fronteira com a Coreia do Norte, é o único aliado internacional de peso daquele país, satirizado no filme, em cuja trama os jornalistas vividos por Rogen e Franco recebem a proposta da CIA de assassinarem o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, com quem têm entrevista marcada.
Se o afã de ver o filme por parte dos chineses parece pautado pela proximidade com a Coreia do Norte, nos Estados Unidos assistir o filme online virou uma demonstração de apoio à liberdade de expressão de seus criadores - seu lançamento em cinemas foi abortado depois de ameaças de ataques terroristas às salas que fossem exibi-lo. Na noite de Natal, pelo menos o Google Play e o YouTube Movies tinham A entrevista no topo da lista de downloads, à frente de sucessos de 2014 como Guardiões da galáxia e Maze Runner - Correr ou morrer. A PlayStation Store da própria Sony, que também pretendia disponibilizar o filme, foi atacada por hackers no dia de Natal.
Apesar de, no auge das ameaças, a Sony ter chegado a dizer que não distribuiria mais o filme em qualquer plataforma, ele acabou sendo lançado até mesmo em cinemas, só que em escala muito menor do que o inicialmente previsto. As grandes cadeias exibidoras nos EUA primeiro se manifestaram receosas de serem alvo de ataques terroristas e, mais tarde, reagiram de forma negativa à disponibilização do filme em video-on-demand. Assim, apenas cerca de 300 cinemas independentes se arriscaram a lançá-lo no Natal, com renda de cerca de US$ 1 milhão, bastante forte para o tamanho da abertura. O astro Seth Rogen e o co-diretor Evan Goldberg compareceram a uma sessão de meia-noite, quarta-feira, em Los Angeles.
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