Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Desde o fim de 2013, a produtora e distribuidora canadense Lionsgate tem sido chamada de mini-major por conta de série de projetos bem sucedidos. Além dos êxitos nos cinemas como A Saga Crepúsculo, Jogos Vorazes e A Série Divergente, produções recentes para a TV também saltam aos olhos do mercado, entre elas Orange Is the new black (foto), que já tem data de estreia para a terceira temporada (junho de 2015), e Mad men, no ar desde 2007. Com 21 prêmios Emmy e oito estatuetas do Globo de Ouro no currículo, a empresa tomou o palco do RioContentMarket para falar dessa faceta ainda pouco conhecida de seu portfólio de projetos, a dos programas de televisão.
No painel apresentado na quinta, dia 26, Marc Lorber, executivo da empresa, falou sobre licenciamento, aquisição, desenvolvimento e produção de formatos. Comentou também sobre as tendências e os desafios ao lidar com empresas, networks, distribuidores e adaptação de diferentes gêneros. Para ele, a fórmula do sucesso está na busca por nichos não preenchidos pelos grandes estúdios, e em estabelecer estratégias inteligentes para suprir uma demanda até então sem oferta. Contar com os contratos certos de coprodução internacional também é primordial. “É tudo questão de relacionamentos”, brincou. “Você precisa buscar onde as empresas não estão fazendo. A Lionsgate não tenta competir com a TV aberta, por exemplo. Seria muito esforço em vão, porque a maioria dos canais pertence a estúdios-irmãos e as cifras em jogo são muito altas”.
Segundo Lober, a Lionsgate busca por séries de alta qualidade e que tenham potencial para gerar várias temporadas, porém só trabalham com material em inglês. “É uma questão de logística na hora da distribuição”, explicou. Além disso, “quando eu busco um formato, eu quero ver a audiência, boas resenhas... Um episódio piloto também faz toda a diferença. Para coproduções, o importante é saber quais são as emissoras envolvidas, qual a porcentagem de participação de cada uma, quem roteirizou e se o diretor é famoso”. Por enquanto, a companhia só possui cinco coproduções em seu catálogo, mas está aberta a novas parcerias. “Espero um dia conseguir fechar acordo com o Brasil”, afirmou esperançoso.
Outro grande desafio de uma produção é adequar as exigências do proprietário original às necessidades do estúdio. Primeira série ficcional no canal E!, The royals é um case bastante interessante. Dos mesmos criadores de One tree hill, a série foi produzida pela Lionsgate a um custo de mais de um milhão de libras, e não havia um modelo pronto nem indicativos de venda quando a companhia adquiriu os direitos da Universal. Com previsão de estreia para 15 de março, The royals, no entanto, está sendo vendida em todo o mundo e a expectativa é de que gere um retorno de 20% sobre o valor total.
O catálogo de lançamentos televisivos da Lionsgate para 2015, de forma geral, promete. Além de The royals – sobre uma família real britânica fictícia, nos dias de hoje –, também estão previstas as estreias de Houdini – minissérie biográfica do ilusionista e escapista Harry Houdini –, Rosemary’s baby – baseado no clássico de 1968 –, entre outros. A ideia é seguir o mesmo caminho traçado até o momento: investir em um leque de produções bastante variado, e que gerem público suficiente para engatar em novas temporadas.
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