Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O Olhar de Cinema, festival internacional de cinema de Curitiba, chega em junho à sua quarta edição incluindo na programação nove encontros de negócios. Entre os temas em debate, os novos modelos de negócio para a distribuição de filmes independentes; as atuais políticas regionais de fomento audiovisual; e um encontro com curadores internacionais dos festivais de Roterdã, Cidade do México, Biarritz (França), Copenhagen e Valdivia (Chile). Entre os convidados do ano, estão o argentino Lisandro Alonso (Jauja), o produtor Rodrigo Teixeira (Alemão) e o presidente da Spcine, Alfredo Manevy.
O cineasta Aly Muritiba, um dos diretores do festival ao lado de Marisa Merlo e Antônio Junior, diz que o evento surgiu da falta de janelas para a produção independente em Curitiba. “Nossa ideia era apenas fazer nossos filmes. Mas em Curitiba estávamos tão solitários na produção e na difusão que decidimos criar o festival. Voltávamos cheios de coisa pra contar, mas não tínhamos com quem conversar”, conta.
A ideia original dos criadores era firmar primeiro o Olhar como um espaço de cinefilia e incluir os eventos de negócios apenas quando o festival completasse dez anos. “Mas este ano um dos patrocinadores quis muito atividades voltadas ao mercado, então sentimos que era a hora”, afirma.
Cinco salas
Desde a primeira edição, o Olhar de Cinema cresceu pouco o número de filmes selecionados – de 76 na primeira edição para 91 na atual. A programação de nove dias ocupa cinco salas da capital paranaense – três do Espaço Itaú de Cinema do Shopping Cristal e duas do Cinesystem no Shopping Curitiba. Para botar de pé o festival, que inclui cem convidados entre brasileiros e internacionais, os produtores captaram R$ 700 mil através da Lei Rouanet.
A seleção dos filmes se fortaleceu: atualmente, 90% dos filmes fazem ali sua estreia no Brasil ou na América Latina. Uma das mudanças importantes foi a unificação e o enxugamento das mostras competitivas nacional e internacional. Este ano, apenas dez filmes disputam o prêmio de melhor longa, dos quais um único brasileiro – A misteriosa morte de Pérola, de Guto Parente.
Muritiba, que teve seus curtas A fábrica e Pátio selecionados em Cannes e Toronto, acaba de finalizar seu primeiro longa de ficção, Para minha amada morta. O filme disputa uma vaga na seleção dos festivais de Locarno (Suíça) e San Sebastián (Espanha), no segundo semestre.
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