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Morreu nesta quinta, dia 2, aos 106 anos, o diretor português Manoel de Oliveira. Mais reconhecido nome do cinema de seu país, o cineasta deixou uma extensa filmografia de 62 títulos, incluindo os longas A divina comédia (1991), O convento (1995) e O gebo e a sombra (2012). Participou dos principais festivais do mundo, onde colecionou 47 prêmios, e atraiu atores de prestígio para suas produções, como Catherine Deneuve, John Malkovitch e Marcello Mastroianni.
Há anos Oliveira ganhava destaque no Guinness Book como o cineasta mais velho em atuação. Ele não deixou de filmar até sua morte. Ultimamente, vinha restringindo sua atividade a curtas sob encomenda, como Chafariz das virtudes, feito para o Festival de Viena do ano passado. Um desses segmentos foi para o filme Mundo invisível, idealizado por Leon Cakoff e Renata de Almeida para a Mostra Internacional de São Paulo de 2011.
Manoel de Oliveira estreou como ator em 1923. Em 1931, debutou como diretor com o curta documental Douro, faina fluvial. Inspirado em Berlim, sinfonia de uma cidade, o filme foi ao mesmo tempo vaiado em sua estreia em Portugal e aclamado por críticos estrangeiros. Entre os momentos de destaque da longa carreira está Acto da primavera (1962), drama que acompanha uma encenação popular da Paixão de Cristo, e O sapato de cetim, filme de sete horas de 1985, ano em que foi homenageado com o prêmio de honra do Leão de Ouro no Festival de Veneza. Também ganhou o prêmio do júri em Cannes, em 1999, por A carta.
O cineasta morreu de parada cardíaca em casa, na cidade do Porto.
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