No Brasil, o 2014 da Universal não foi bom: única major a não emplacar qualquer de seus filmes sequer no top 20 de bilheteria do ano, teve nos R$ 31,9 milhões de Drácula: A história nunca contada e nos R$ 21,7 milhões de Lucy os seus únicos resultados de vulto. Contudo, reportagem publicada nesta terça-feira, 6 de janeiro, no Deadline.com coleta os resultados de uma estratégia de investimento em produtos com cor local, testada pelo estúdio ao longo do ano que passou na Europa, e que pinta um quadro bem mais auspicioso que o verificado por aqui. Os territórios elencados - Alemanha, Itália, França, Reino Unido/Irlanda, Rússia, Espanha - são todos significativos e em cada um deles a Universal teve um sucesso em língua local e/ou com tema pensado especificamente para o público daquela região.

A comédia Ocho apellidos vascos, o filme espanhol do estúdio, é o melhor exemplo, já tendo chegado à marca de US$ 67 milhões só naquele país. Num ano difícil para o mercado de cinema da Espanha, que ainda se recupera de grave crise financeira, a comédia segurou as pontas da atividade e já é a maior bilheteria da História para um filme de língua espanhola e a segunda maior já registrada em território espanhol em qualquer língua, atrás apenas dos US$ 91 milhões de Avatar. Também na Rússia, a aventura fantástica Viy alcançou o melhor resultado de bilheteria que a Universal já teve naquele país: US$ 34,2 milhões.

Em alguns dos casos, como o de A teoria de tudo (foto), cinebiografia do cientista britânico Stephen Hawking (no Brasil, estreia em 22 de janeiro), a língua é o inglês, mas o filme foi desenvolvido tendo em mente o seu apelo para determinado território. O filme teve abertura forte (US$ 5,7 milhões) no Reino Unido/Irlanda, mesmo território onde também fez bonito a comédia Mrs. Brown's Boys, cuja personagem-título, uma matriarca de boca suja, já era bastante popular em esfera local. O filme, estrelado pelo comediante Brendan O'Carrell, faturou US$ 28 milhões. A descrição traz à memória o caso brasileiro de Minha mãe é uma peça, que, baseado em peça teatral de sucesso de Paulo Gustavo, faturou R$ 49,5 milhões nos cinemas do país em 2013.

No Brasil, a Universal tem um acordo com a distribuidora independente H2O, que lança alguns de seus títulos internacionais em cinemas. O acordo também envolve parceria no desenvolvimento de projetos nacionais.