A trajetória de crescimento do público de cinema no Brasil nos últimos 20 anos é impressionante. Quando as leis de incentivo ao cinema brasileiro e os primeiros multiplex começavam a surgir no Brasil, o público total do cinema era de 52 milhões. Em oito anos, mais que dobrou, chegando a 117,4 milhões em 2004, um ano histórico, com o lançamento de Homem-Aranha 2 e uma série de grandes títulos, como Paixão de Cristo e Shrek 2.
Depois de uma grande queda em 2005 – ano do grande sucesso nacional Dois filhos de Francisco, mas um período de fraco desempenho dos blockbusters estrangeiros – vieram três anos de pequenas quedas sucessivas, e só a partir de 2009, com 112,7 milhões, a frequência aos cinemas recuperou sua trajetória de crescimento ininterrupto, de oito anos, chegando em 2016 a 185,8 milhões.
Os 20 anos de crescimento de público foram acompanhados consequentemente pelo crescimento da renda, que passou de R$ 229,9 milhões em 1997 para R$ 2,6 bilhões em 2016. O mercado sempre conseguiu, neste longo período, se ajustar aos índices de inflação, que graças ao real não foram muito grandes.
Também a relação do real com o dólar tem se mantido equilibrada, o que vem deixando o mercado brasileiro bastante atraente para as distribuidoras internacionais. As distribuidoras independentes sofrem mais quando existem ajustes maiores do dólar.