Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Estamos, finalmente, dando passos mais consistentes em direção aos números almejados pela indústria. Após junho, que registrou 3,7 milhões de espectadores, o público mensal não caiu mais abaixo disso. Em julho, foram 6,8 milhões de ingressos vendidos, o maior público do ano. Em agosto, foram 4,17 milhões. E agora, fechando setembro, vemos 4,1 milhões de público, num resultado que praticamente repetiu o mês anterior. A renda de R$ 71,2 milhões foi ligeiramente superior à de agosto, que registrou R$ 70,1 milhões.
O filme que impulsionou os resultados de setembro foi Shang-Chi e a lenda dos dez anéis (Disney), que atraiu quase 2 milhões no mês, arrecadando R$ 35,2 milhões no período. Patrulha canina - O filme ficou no segundo lugar, seguido, em ordem decrescente, de Maligno (Warner); After - Depois do desencontro (Diamond/Galeria) e, fechando o top 5, Escape room 2 - Tensão máxima (Sony).
Do que 2021 precisa para superar 2020?
Há um dado interessante para ficar de olho até o fim do ano. Estamos a pouco mais de 16 milhões de espectadores de igualar 2020 em público. Para isso, precisaríamos que os últimos três meses do ano contabilizassem, em média, 5,5 milhões de ingressos vendidos cada. Tendo em vista o calendário repleto de ofertas que temos pela frente e os resultados acima de 4 milhões dos três meses anteriores (julho, agosto e setembro), não é uma tarefa impossível. Inclusive, se o público de julho (6,8 milhões) se repetir em cada um dos meses do último trimestre, 2021 passa 2020 com folga.
Até o dia 30 de setembro, este ano contabilizou 23,6 milhões de bilhetes comercializados e R$ 396,6 milhões arrecadados.
Cinema nacional sente ausência de Paulo Gustavo
Um problema que, infelizmente, ainda parece longe de ser superado é o dos filmes nacionais. Neste ano, não foi feito nem 3% do que se viu de público para filmes nacionais em 2020. São 207,3 mil ingressos vendidos neste ano contra 9,3 milhões de 2020, que contou com cinemas abertos exibindo Minha mãe é uma peça 3 (Dt/Paris). Claro que a comparação é de momentos muito distintos: um ano pandêmico contra um ano que, além de ter os cinemas funcionando 100% nos primeiros meses, contou com as primeiras semanas de um fenômeno de bilheteria que o cinema brasileiro perdeu: Paulo Gustavo.
Porém, na comparação com os resultados de filmes estrangeiros por aqui, a diferença é bem menor. O público de filmes de fora do país está apenas 11,8% abaixo do mesmo período de 2020, enquanto a renda está a uma diferença ainda menor: 9,2%.
Ainda falta para chegarmos aos patamares de um ano normal – o melhor público mensal deste ano (6,8 milhões em julho) ainda não superou o pior público mensal de 2019 (7,7 milhões em fevereiro) –, mas é inegável que grandes passos foram dados e que o público está cada vez mais fiel. Os próximos meses serão fundamentais para avaliarmos a volta, uma vez que a vacinação já está bastante avançada, quase todos os cinemas reabertos e, como mencionamos, há diversos filmes fortes por estrear até o fim do ano.
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