Tom político domina Grande Prêmio do Cinema

Tom político domina Grande Prêmio do Cinema

Redação
05 out 16

Imagem destaque

Cristina Granato/Divulgação

Glória Menezes com Daniel Filho, o homenageado da noite

O momento político do país e a busca da diversidade dentro e fora do cinema domiram a 16ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, cuja cerimônia de premiação aconteceu na noite da última terça no Teatro Municipal do Rio.

A premiação consagrou Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, com sete troféus Grande Otelo: melhor longa de ficção, direção, atriz (Regina Casé), atriz coadjuvante (Camila Márdila), roteiro original, montagem e voto popular. Chatô, o rei do Brasil ficou com cinco troféus, incluindo melhor ator para Marco Ricca.

A festa foi apresentada por dois atores negros, Cris Vianna e Fabrício Boliveira, e contou com a participação das “divas trans” Gisele Almodóvar e Valéria Houston, do rapper Flávio Renegado e do ator Breno Viola, do filme Colegas, que tem Síndrome de Down, entre outros.

A defesa de Daniel

Logo no início da cerimônia, os apresentadores pediram à plateia que se manisfestassem e foram respondidos com gritos de “Fora Temer” – protesto que voltou em vários discursos da noite.

Grande homenageado da noite, o diretor e produtor Daniel Filho fez uma defesa da economia do audiovisual, alvo de críticas à Lei Rouanet nos últimos meses. “Não estamos usando dinheiro do povo indiscriminadamente. Um filme emprega, no mínimo, umas 600 mil pessoas. Não é um dinheiro que a gente põe no bolso e roubamos da população. E ajudamos a construir, em retorno, essa coisa importante chamada identidade nacional”, discursou no palco.

Os indicados e premiados da noite sinalizavam alguns dos problemas na produção e distribuição de longas brasileiros: havia desde Chatô, rodado há 20 anos, a A hora e a vez de Augusto Matraga, vencedor do Festival do Rio em 2011, passando pelos mais recentes Califórnia e Tudo que aprendemos juntos – em comum, todos foram lançados comercialmente no ano passado.

 

Confira os premiados da noite:

 

Longa de ficção: Que horas ela volta, de Anna Muylaert

Direção: Anna Muylaert, por Que horas ela volta?

Atriz: Regina Casé, por Que horas ela volta?

Ator: Marco Ricca, por Chatô, o rei do Brasil

Ator coadjuvante: Chico Anysio, por A hora e a vez de Augusto Matraga

Atriz coadjuvante: Camila Márdila, por Que horas ela volta?

Roteiro original: Que horas ela volta?

Roteiro adaptado: Chatô, o rei do Brasil

Direção de fotografia (empate): Sangue azul e Órfãos do Eldorado

Montagem documentário: Chico – Artista brasileiro

Montagem ficção: Que horas ela volta?

Efeito visual: A estrada 47

Figurino: Chatô, o rei do Brasil

Maquiagem: Chatô, o rei do Brasil

Direção de arte: Chatô, o rei do Brasil

Curta animação: Égun, de Helder Quiroga

Curta documentário: Uma família ilustre, de Beth Formaggini

Curta ficção: Rapisódia de um homem negro, de Gabriel Martins

Trilha sonora: Chico – Artista brasileiro

Trilha sonora original: Zbigniew Preisner, por A história da eternidade

Som: Chico – Artista brasileiro

Filme estrangeiro (júri popular): O sal da Terra

Documentário (júri popular): Betinho, a esperança equilibrista

Longa (júri popular): Que horas ela volta?

Longa comédia: Infância, de Domingos Oliveira

Longa animação: Até que Sbórnia nos separe, de Otto Guerra

Longa estrangeiro: O sal da terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado

Longa documentário: Chico – Artista brasileiro, de Miguel Faria Jr.