Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O momento político do país e a busca da diversidade dentro e fora do cinema domiram a 16ª edição do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, cuja cerimônia de premiação aconteceu na noite da última terça no Teatro Municipal do Rio.
A premiação consagrou Que horas ela volta?, de Anna Muylaert, com sete troféus Grande Otelo: melhor longa de ficção, direção, atriz (Regina Casé), atriz coadjuvante (Camila Márdila), roteiro original, montagem e voto popular. Chatô, o rei do Brasil ficou com cinco troféus, incluindo melhor ator para Marco Ricca.
A festa foi apresentada por dois atores negros, Cris Vianna e Fabrício Boliveira, e contou com a participação das “divas trans” Gisele Almodóvar e Valéria Houston, do rapper Flávio Renegado e do ator Breno Viola, do filme Colegas, que tem Síndrome de Down, entre outros.
A defesa de Daniel
Logo no início da cerimônia, os apresentadores pediram à plateia que se manisfestassem e foram respondidos com gritos de “Fora Temer” – protesto que voltou em vários discursos da noite.
Grande homenageado da noite, o diretor e produtor Daniel Filho fez uma defesa da economia do audiovisual, alvo de críticas à Lei Rouanet nos últimos meses. “Não estamos usando dinheiro do povo indiscriminadamente. Um filme emprega, no mínimo, umas 600 mil pessoas. Não é um dinheiro que a gente põe no bolso e roubamos da população. E ajudamos a construir, em retorno, essa coisa importante chamada identidade nacional”, discursou no palco.
Os indicados e premiados da noite sinalizavam alguns dos problemas na produção e distribuição de longas brasileiros: havia desde Chatô, rodado há 20 anos, a A hora e a vez de Augusto Matraga, vencedor do Festival do Rio em 2011, passando pelos mais recentes Califórnia e Tudo que aprendemos juntos – em comum, todos foram lançados comercialmente no ano passado.
Confira os premiados da noite:
Longa de ficção: Que horas ela volta, de Anna Muylaert
Direção: Anna Muylaert, por Que horas ela volta?
Atriz: Regina Casé, por Que horas ela volta?
Ator: Marco Ricca, por Chatô, o rei do Brasil
Ator coadjuvante: Chico Anysio, por A hora e a vez de Augusto Matraga
Atriz coadjuvante: Camila Márdila, por Que horas ela volta?
Roteiro original: Que horas ela volta?
Roteiro adaptado: Chatô, o rei do Brasil
Direção de fotografia (empate): Sangue azul e Órfãos do Eldorado
Montagem documentário: Chico – Artista brasileiro
Montagem ficção: Que horas ela volta?
Efeito visual: A estrada 47
Figurino: Chatô, o rei do Brasil
Maquiagem: Chatô, o rei do Brasil
Direção de arte: Chatô, o rei do Brasil
Curta animação: Égun, de Helder Quiroga
Curta documentário: Uma família ilustre, de Beth Formaggini
Curta ficção: Rapisódia de um homem negro, de Gabriel Martins
Trilha sonora: Chico – Artista brasileiro
Trilha sonora original: Zbigniew Preisner, por A história da eternidade
Som: Chico – Artista brasileiro
Filme estrangeiro (júri popular): O sal da Terra
Documentário (júri popular): Betinho, a esperança equilibrista
Longa (júri popular): Que horas ela volta?
Longa comédia: Infância, de Domingos Oliveira
Longa animação: Até que Sbórnia nos separe, de Otto Guerra
Longa estrangeiro: O sal da terra, de Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado
Longa documentário: Chico – Artista brasileiro, de Miguel Faria Jr.
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