Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Após dois anos de muita polêmica em torno de sua gerência, as obras de reparo e expansão do Polo Cine e Vídeo do Rio, na Barra da Tijuca, finalmente devem sair do papel. Com o edital de licitação em andamento desde o dia 22 deste mês, a resposta final sobre o futuro do complexo deve sair em 31 agosto, quando será revelado o nome da empresa que terá o direito de gerir o espaço pelos próximos 35 anos. Segundo Gustavo Guerrante, subsecretário de Concessões e Parcerias Público-Privadas, a previsão é que o polo volte a operar já em janeiro de 2016.
A concessionária que assumir o complexo da Barra terá pela frente a construção de oito novos estúdios, bem como o reparo dos outros oito já existentes, que sofrem com problemas de acústica, vedação de som e iluminação obsoleta. De acordo com o edital da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas (SECPAR), a empresa vencedora terá de investir cerca de R$ 88,6 milhões nessas obras de reparo e expansão, além de pagar à prefeitura um aluguel mensal - o valor será determinado a partir da maior oferta feita pelos inscritos na licitação, mas obedece a um mínimo de R$ 300 mil.
Construções começam em janeiro
Embora o edital priorize o valor mensal de outorga para a escolha da concessionária, Gustavo Guerrante garantiu que capacidade e experiência de gestão também serão levadas em conta. Ainda segundo ele, o edital prevê a duplicação da metragem de estúdio hoje em funcionamento. “Nossa meta é chegar aos 15.000 m2 de estúdio”, comentou. O custo médio das obras foi avaliado em R$ 75,1 milhões pela SECPAR e deve obedecer a um calendário de 24 meses após a conclusão do processo licitatório. “As construções devem começar no primeiro semestre do ano que vem, mas antes disso a empresa já pode dar início à reforma”, afirmou o subsecretário.
Com sede na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, e próximo ao Parque Olímpico, o complexo criado – mas nunca totalmente concluído – pelo ex-prefeito Saturnino Braga, em 1988, ocupa hoje um terreno de mais de 57 mil m2, dos quais 7.500 são de área construída, o que inclui oito estúdios, duas oficinas, prédio administrativo, produtoras e um restaurante, segundo dados fornecidos pela SECPAR. Atualmente, o imóvel é administrado por uma associação sem fins lucrativos, que não teve seu contrato renovado.
Aumento na produção
Em 2014, o Rio de Janeiro foi responsável pela produção de 41 longas-metragens, de um total de 114 projetos realizados em todo o Brasil. Para Guerrante, com a volta do Polo Cine e Vídeo ao mercado esse número só tende a crescer. “O que a gente percebe, e é unânime na indústria criativa do Rio, é que existe carência por espaços desse tipo na cidade. A demanda é real e enorme”. A única restrição fica a cargo dos 15% de área disponível ao ano que será gerida pela RioFilme. “Precisamos deixar um percentual para estimular a produção local independente”, explicou.
+ Estúdios Vera Cruz voltam à ativa
No começo de julho, a Telem, companhia especializada na fabricação de equipamentos cênicos e na construção de estúdios e reforma de teatros, assumiu a administração dos Estúdios Vera Cruz, fechados há mais de 40 anos. A empresa vai investir R$ 158 milhões na construção de um novo complexo cultural que irá ocupar o mesmo espaço dos antigos estúdios em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo. O plano inclui a reforma dos dois galpões desativados e a construção de mais sete estúdios, que serão utilizados não apenas na produção cinematográfica, mas também para gravação de séries e programas de TV, publicidade, shows e gravações de clipes e DVDs.
© Filme B - Direitos reservados