Os Estúdios Vera Cruz, um dos símbolos do cinema brasileiro dos anos 50 e 60, vão voltar à ativa nos próximos anos. A Telem, companhia especializada na fabricação de equipamentos cênicos e na construção de estúdios e reforma de teatros, vai investir R$ 158 milhões num novo complexo cultural ocupando o mesmo espaço dos antigos estúdios em São Bernardo do Campo, a 22 km de São Paulo. “A Vera Cruz tem uma história, é uma marca que atrai investimentos. Nossa ideia é criar um segmento econômico para o nosso próprio negócio e para o mercado”, diz Fernando Fontes, diretor comercial da Telem.

Hoje, o espaço tem apenas dois galpões desativados. O plano da Telem prevê a construção de sete estúdios: um maior, com 2.800 m², e outros seis menores, com 300 m² e 800 m². Sinal dos tempos: 45 anos depois do fechamento dos antigos estúdios, as novas instalações não serão usadas apenas para a produção de longas para cinema – o local servirá para a gravação de séries e programas de TV, publicidade, shows e gravações de clipes e DVDs.

Demanda forte

Além dos estúdios, o plano da companhia prevê a construção de um complexo cultural com teatro, restaurantes, cinema, um espaço com o acervo da Vera Cruz e uma incubadora de empresas – um espaço no qual cooperativas de transporte, marcenaria e costura, entre outros trabalhos, possam se reunir para propor seus serviços às produtoras contratadoras.

A Telem também possui estúdios em São Paulo, em associação com a Quanta, e foi uma das responsáveis pela construção dos estúdios do Polo de Paulínia, no interior do estado – que, depois do congelamento dos editais pela prefeitura, está sendo usado para gravações de TV. Mas Fernando não vê concorrência entre eles. “O mercado está crescendo, há demanda suficiente para todos eles”.

Nos últimos anos, a empresa forneceu equipamentos para os teatros municipais do Rio e de São Paulo, o Teatro da Caixa Econômica no Rio e o novo teatro do shopping JK Iguatemi, na capital paulista.