Geórgia Costa Araújo tem dois longos anos de trabalho pela frente. Sua produtora, a paulista Coração da Selva, responsável por filmes como Antônia, Praia do futuro e O signo da cidade e séries como a premiada Pedro e Bianca, para a TV Cultura, conseguiu R$ 12 milhões do BNDES para expandir-se para duas outras capitais, Rio e Fortaleza. Uma das metas é aumentar o número de produções locais, gerando cerca de 520 novos postos de trabalho e investindo, além do cinema e da TV, em novas plataformas e conteúdo transmídia.

“Essas duas novas unidades devem funcionar com uma filosofia de empresa start-up – pequenas inciativas para entender a vocação de cada mercado a partir da prática”, diz a produtora. “O Rio tem uma vocação audiovisual inegável, e todas as produtoras que chegam a um tamanho médio mantêm escritórios no Rio e em São Paulo. Fortaleza é minha terra natal. Já apoiamos cursos superiores e técnicos na cidade, e agora queremos acelerar o processo de profissionalização lá”, explica ela, para quem a capital cearense tem um grande potencial especialmente na produção para a TV.

No próximo dia 18 de fevereiro, a Coração da Selva lança, em parceria com a distribuidora Elo, Amor em Sampa, comédia musical que marca a terceira parceria da companhia com Carlos Alberto Riccelli e Bruna Lombardi – as outras foram o drama O signo da cidade e a comédia Onde está a felicidade?. Com investimento do Fundo Setorial e da SPcine e patrocínio da Sabesp e da Tetrapak, entre outras, o musical sobre as dores e prazeres de viver em São Paulo teve orçamento de R$ 8,5 milhões.

Engarrafamento encenado

A estrutura de filmagem foi de blockbuster brasileiro: 40 locações externas pela cidade, incluindo o Jockey, a Sala São Paulo e o Auditório Ibirapuera – a produção fechou a avenida Paulista numa manhã de domingo para filmar um engarrafamento com cem carros figurantes. Como um filme-coral, Amor em Sampa traz um elenco numeroso com 12 atores principais – além de Bruna e Riccelli, Kim Riccelli (codiretor e filho do casal), Rodrigo Lombardi, Du Moscovis, Miá Mello, Mariana Lima e Marcelo Airoldi, entre outros. A Elo deve lançar o longa num circuito entre 250 e 300 salas pelo país.

Com o crescimento da produtora, a expectativa de Geórgia é que o passo dos projetos se acelere. “Até hoje vivemos num ritmo mais autoral de produção. Nos últimos 18 meses, investimos no desenvolvimento e financiamento dos projetos. Agora vamos ganhar mais escala de produção para cada um deles”, diz. O primeiro a sair será a série Condomínio Jacqueline, para a Fox, livremente inspirada no filme Quanto dura o amor?, que estreia ainda no primeiro semestre.

Para cinema, três longas saem do papel este ano: o thriller Rio-Santos, do fotógrafo Klaus Mitteldorf, com Bruna Marquezine, Fernando Alves Pinto e o alemão Peter Ketnath; A terapia do medo, thriller sobrenatural de Roberto Moreira; e o drama A última juventude, de Felipe Hirsch.