Cauã Reymond viverá Dom Pedro intimista

Cauã Reymond viverá Dom Pedro intimista

Thiago Stivaletti
06 dez 16

Imagem destaque

Divulgação

Cauã Reymond na série Justiça, da Globo

Um príncipe que se mudou para o Brasil aos dez anos de idade, proclamou a Independência do país, era boêmio, teve muitas amantes, nasceu e morreu no mesmo lugar. Dom Pedro I, figura controversa da história do Brasil, vai ganhar as telas na pele de Cauã Reymond. Pedro, o filme, terá direção de Laís Bodanzky (Bicho de 7 cabeças, As melhores coisas do mundo) e roteiro de Laís, Luiz Bolognesi e Chico Matoso. A coprodução Brasil-Portugal terá quatro produtoras envolvidas: Biônica, Buriti (de Bondanzky e Bolognesi), Sereno (de Cauã e Mario Canivello) e a portuguesa O som e a fúria (dos filmes de Miguel Gomes e Manoel de Oliveira).

“Será um filme intimista, com o ponto de vista muito amarrado em Dom Pedro, e não nos eventos históricos – um pouco como na série Downtown Abbey. Vamos nos aprofundar no lado pessoal, a boemia e o porquê desse vício no sexo – ele deixou muitos filhos bastardos no país”, conta a produtora Bianca Villar, da Biônica. “É uma figura muito rica, que tem um lado meio abolicionista, gostava dos escravos. Também era marceneiro, gostava muito de trabalhar com as mãos.”

No cinema, a maior lembrança é de Tarcísio Meira vivendo o imperador no histórico Independência ou morte (1972), de Carlos Coimbra. Em 1995, a família imperial ganhou a sátira Carlota Joaquina, de Carla Camurati, na qual Marcos Palmeira fez uma pequena participação como o imperador mulherengo.

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Com 40% das filmagens em Portugal, Pedro já tem seu orçamento de quase R$ 11 milhões quase todo captado em editais. O projeto começou pelas mãos de Cauã, que convidou Laís para dirigir e Bianca para produzir. A equipe começa agora o que Bianca chama de trabalho de “pré-pré-produção”, pesquisando todas as locações que serão usadas nos dois países. “Em Portugal está tudo preservado; no Brasil quase tudo acabado, é uma tristeza”, comenta a produtora. As filmagens estão previstas para outubro de 2017.

Um dos locais já definidos é o Palácio de Queluz, em Portugal, onde Dom Pedro nasceu e morreu – o Imperador voltou a Portugal em 1832, lutando num conflito para derrubar do trono seu irmão mais novo, Miguel, e morreu dois anos depois.

Cauã é o único nome já confirmado no elenco, que terá vários personagens famosos da época: José Bonifácio; Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, amante mais conhecida do imperador que teve duas esposas; e Francisco Gomes da Silva, o Chalaça, homem forte do Império e conselheiro de Dom Pedro. Um bom número de atores portugueses também deve ser escalado, com a colaboração da Som e Fúria. E uma atriz austríaca será escolhida para viver a imperatriz Maria Leopoldina, primeira esposa do imperador e mãe de Dom Pedro II.