Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Produtor de clássicos como Dona Flor e seus dois maridos e Bye Bye Brazil, o produtor Luiz Carlos Barreto vai virar filme. Ele reconta a sua trajetória de repórter fotográfico a produtor em Barretão, filme-entrevista dirigido por Marcelo Santiago (Sonhos e desejos), coproducao entre a Movimento Filmes e o Canal Brasil.
Santiago gravou 20 horas de conversas de Barreto com o jornalista Geneton Moraes Neto, da Rede Globo. Segundo ele, Barreto focou mais em sua atuação na política cinematográfica, nos bastidores do cinema e nas relações com o poder, do que sobre o trabalho de produtor. Apenas Barreto fala no filme – nem a família, a mulher Lucy e o filho Bruno, dão depoimentos.
Entre os episódios narrados, estão as negociações com a censura no regime militar, o período da Embrafilme e a mais recente elaboração da Lei do Audiovisual. “De Getúlio a Dilma, Barreto tem pelo menos uma história interessante para contar de cada um deles”, diz Santiago. Em meio ao depoimento, ele vai inserir imagens do imenso arquivo fotográfico do produtor.
Outro episódio curioso é o da entrada de Barreto no mundo do cinema, quase obra do acaso. Ele havia ido a Buraquinhos, no interior da Bahia, fazer fotos das filmagens de Barravento (1962), de Glauber Rocha, para a revista O Cruzeiro. Na época, ele conseguiu emplacar na revista a primeira capa com atrizes brasileiras: Luiza Maranhão, estrela do filme, e Helena Ignez. Glauber gostou tanto das fotos que o indicou a Nelson Pereira dos Santos para a fotografia de Vidas Secas (1963). Barreto, que só sabia o ofício da fotografia “estática”, teve que aprender na marra, já no set, as técnicas do cinema.
A meta é finalizar Barretão até o final do ano para lançá-lo nos cinemas em 2016, antes de exibi-lo no Canal Brasil.
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