A Vigilante do Amanhã - Ghost in the shell chega aos cinemas brasileiros nesta quinta, dia 30, com um caminho promissor pela frente, no que depender da campanha por aqui. A história original, baseada no mangá de 1989, pode ser pouco conhecida no país, mas a exposição aos conteúdos do filme já surte efeito. Só no canal da Paramount Brasil no YouTube, seu trailer oficial já foi visto mais de um milhão de vezes. O trabalho de marketing vem sendo focado na figura da protagonista Scarlett Johansson.
O longa estreia circuito nacional esta semana em cerca de 800 salas (incluindo os formatos 3D e IMAX). É quando a Paramount poderá medir o impacto de sua campanha, fortemente baseada, desde o início, na diversificação de público para além de fãs de histórias em quadrinhos, ficção científica e cultura nerd em geral.
“A ideia da campanha era justamente extrapolar os fãs e falar com a audiência como um todo. Por isso apostamos na imagem da Scarlett, que tem uma base de admiradores muito grande, e da personagem vivida por ela, mais do que propriamente na história original, mais fechada”, explica Luciana Falcão, diretora de marketing da Paramount.
Scarlett, heroína de ação
A atriz já provou que tem boa acolhida entre os fãs de ação e super-heróis, tanto como a personagem Viúva Negra da franquia Vingadores como na ficção científica Lucy, de Luc Besson, que foi um sucesso mundial, com US$ 463 milhões de bilheteria global em 2014. E o filme também tem a seu favor o timing, já que uma onda de super-heroínas está prestes a estrear nos cinemas, como a Mulher-Maravilha e a Capitã Marvel.
A protagonista tem sido tão importante para a publicidade do filme, que, no Brasil, o título sofreu uma pequena alteração faltando pouco menos de um mês para o lançamento: anteriormente divulgado como Vigilante do Amanhã – Ghost in the shell, o longa ganhou o artigo feminino para reforçar sua presença na história. “A gente quis deixar claro que era 'a' major”, afirma Falcão. Segundo ela, a tática tem dado certo: “Começamos o tracking (acompanhamento) do filme 24 semanas antes do lançamento e percebemos que durante toda a campanha, o público masculino respondeu muito bem, assim como o feminino”.
Outra estratégia utilizada pela distribuidora em busca de um público mais amplo foi simplificar, ao menos na campanha, a complexa história de Motoko Kusanagi (Johansson), a major ciborgue que comanda um esquadrão de elite especializado em combater crimes cibernéticos.
Para chegar a este resultado, Luciana conta que foi preciso discutir cada detalhe com o estúdio em Los Angeles sobre os materiais e os elementos que seriam utilizados. “Queríamos que o público entendesse a história que o filme está contando, e, como o enredo original é muito denso, buscamos usar elementos do gênero ação, que é muito forte por aqui, para torná-lo mais simples”.
O tamanho da aposta pode ser atestado pelo investimento na junket (viagem de imprensa) do filme em Nova York, que contou com jornalistas de sete veículos. As atrizes Scarlett, Juliette Binoche e o diretor Rupert Sanders foram entrevistados no lendário hotel Ritz. Nas cabines para críticos no Rio e em São Paulo, compareceram ao todo 350 pessoas.
Adaptações anteriores
Esta não é a primeira vez que o mangá Ghost in the shell, de Musamune Shirow ganha as telas: ao longo dos anos, sua história foi adaptada diversas vezes em formado de anime (desenho animado japonês), todos eles produzidos pela Production I.G.; e em 1995, uma versão dirigida por Mamoru Oshii foi lançada nos cinemas – no Brasil, o longa de animação chegou direto em DVD, sendo dublado em português.