Luiz Rosemberg Filho ganha retrospectiva

Luiz Rosemberg Filho ganha retrospectiva

Thayz Guimarães
03 jun 15

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Divulgação

Desconhecido do grande público, ainda que seja peça-chave na história do cinema nacional, Luiz Rosemberg Filho terá sua obra passada a limpo na mostra Rosemberg 70 – Cinema de Afeto, entre os dias 16 a 28 de junho, no Cinema 2 da Caixa Cultural Rio de Janeiro (Avenida Almirante Barroso, 25, Centro). Esta será a primeira vez que seus mais de 40 filmes (8 longas e 33 curtas) serão exibidos em tela grande - ficaram de fora apenas aqueles que não puderam ser recuperados. A programação contempla ainda lançamentos de documentários sobre o diretor, pré-estreias, debates, palestras e uma masterclass com o cineasta. Os ingressos custam R$ 2.

Rosemberg é contemporâneo de figuras mais conhecidas, como Glauber Rocha (Deus e o diabo na terra do sol), Júlio Bressane (Filme de amor) e Rogério Sganzerla (O bandido da luz vermelha), e um dos principais expoentes do dito “cinema marginal” ou “de invenção”. Entre os seus filmes mais comentados está Crônica de um industrial (1978), barrado pela ditadura militar e impedido de concorrer como o representante brasileiro do Festival de Cannes à época. “Rosemberg fez parte de uma geração de cineastas censurados, boicotados e muito pouco vistos. Quase nada foi lançado nos cinemas, passou na TV ou em DVD”, diz Cavi Borges, um dos curadores da mostra junto com Renato Coelho.

Sem pensar na aposentadoria

Do auge de seus 70 anos de idade e franca atividade desde os anos 1960, o cineasta carioca garante que não pretende parar tão cedo. “Eu gosto de trabalhar, não gosto de ficar na praia. Quando você sabe que um dia você vai morrer, eu acho que se torna mais importante você capitalizar no sentido de trabalhar o processo de criação, porque o processo de criação vai fazer você viver mais, vai te lapidar, você vai ficar mais generoso com você e com as outras pessoas”. E não se preocupa com a linguagem mais truncada e metafórica de seus filmes. “Tudo bem, né? Você entende tudo do dia a dia? Eu acho que a vida é um pouco isso, e o cinema tem que ser um reflexo do que é a vida, o cinema tem que ser visceral”.

Hiato de mais de 30 anos

A homenagem confirma o retorno de Rosemberg à atividade no papel de diretor de longas-metragens. Dois casamentos, que tem lançamento comercial previsto para 2 de julho, via Livres Filmes, é o seu primeiro projeto desse tipo desde 1982, quando apresentou O santo e a vedete.

Mais informações no site da mostra.