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no mercado de
cinema no Brasil
O filme brasileiro Tudo que aprendemos juntos, de Sérgio Machado, recebeu elogios da imprensa americana no encerramento do Festival de Locarno, na Suíça. Inspirado na história do Instituto Baccarelli e na peça Acorda Brasil, de Antônio Ermírio de Moraes, o filme traz Lázaro Ramos, que aceita a dura tarefa de ensinar alunos carentes na comunidade de Heliópolis, em São Paulo. O filme foi apresentado em Locarno com seu título internacional, The violin teacher (O professor de violino).
Guy Lodge, crítico da Variety, elogiou o carisma de Lázaro Ramos e a trilha sonora, que mistura música clássica com hits da favela. Ele compara o novo filme a Música do coração (1999), com Meryl Streep, “trazendo uma cor local e riscos narrativos, ainda que não consiga se desprender de uma fórmula para agradar plateias. O longa tem o tom certo para uma lista global de distribuidores”. Segundo ele, o diretor “resiste em ir muito fundo nos aspectos mais feios da história, com o retrato de uma gangue violenta pintado numa temperatura abaixo da de Cidade de Deus”.
Na Screen, o crítico Allan Hunter escreveu que o filme “afasta cuidadosamente a opção fácil do melodrama aberto e do sentimentalismo lacrimoso em prol de uma emoção sincera e de uma narrativa sutilmente envolvente. É um filme com potencial para agradar o público com uma perspectiva diferente dos problemas do Brasil moderno”, afirmou.
Machado dirigiu antes Cidade baixa (2005) e Quincas Berro d’Água (2010). O novo filme tem produção da Gullane e ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
Leia as críticas completas da Variety e da Screen.
Outro longa brasileiro exibido em Locarno, Olmo e a gaivota, misto de documentário e ficção de Petra Costa (Elena), saiu premiado do festival. O longa recebeu o Junior Jury Award de melhor filme da seção Cineastas do Presente, onde foi exibido.
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