Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Silvia Cruz está ansiosa. Nesta quinta, sua distribuidora, a Vitrine Filmes, faz o seu lançamento mais ambicioso. Depois de uma torrente de críticas positivas mundo afora e polêmicas, Aquarius, segundo longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho, selecionado em Cannes e estrelado por Sonia Braga, chega a 85 salas do país. Serão ao menos 20 salas apenas no Rio de Janeiro, mais 17 em São Paulo (sem contar as 16 de circuito popular Spcine), seis no Recife, cinco em Brasília e outras 15 cidades.
Silvia conta que, logo depois da grande repercussão no Festival de Cannes, que incluiu os protestos no tapete vermelho contra o impeachment de Dilma Rousseff, tinha duas opções: lançar o filme correndo no Brasil (“seria um tour de force muito grande, pois a burocracia ainda não estava pronta”) ou apostar na chance de que o filme seja escolhido para representar o Brasil no Oscar. “Senti que seria uma boa seguir o mesmo caminho do Que horas ela volta? no ano passado: pegar uma primeira semana forte com um feriado no meio (o 7 de setembro), e na segunda aproveitar o anúncio da indicação”. Resta saber se o anúncio se confirmará: alvo de controvérsia e já com duas substituições, a comissão julgadora da Secretaria de Cultura anuncia sua decisão no próximo dia 12.
Apoio da Globo
Silvia também esteve por trás do lançamento de O som ao redor, o primeiro longa de Kleber, em janeiro de 2013. Mas os lançamentos não podiam ser mais diferentes. O som ainda foi lançado em boa parte com cópias em 35mm, num momento de transição em que boa parte das salas, como as do Circuito Espaço, ainda não tinha se digitalizado. Foram 14 salas apenas em São Paulo, Rio e Recife, que se expandiram para 30 com o sucesso do longa – que até o fim da carreira somou 88 mil espectadores.
Já Aquarius tem o apoio da Globo Filmes, o que possibilita uma divulgação em escala simultânea e nacional – com direito a entrevista de Sonia Braga no Fantástico, reportagem no Vídeo Show e inserções comerciais no horário nobre. “Por isso, faz mais sentido um lançamento nacional, de uma vez só”, explica Silvia. Além do pacote de apoio da Globo, a distribuidora investe em inserções no rádio, em jornais e em canais da TV paga.
Só para maiores
Antes da estreia, porém, Silvia tem uma última batalha a enfrentar. Depois que o Ministério da Justiça decidiu dar o filme a classificação etária de 18 anos (proibido para menores dessa idade) – o filme contém duas cenas de sexo –, ela entrou com um recurso para tentar conseguir ao menos a classificação 16. Nesta quarta, ela vai a Brasília para uma reunião com um representante da Secretaria de Justiça para tentar reverter a decisão na véspera da estreia.
No exterior, a França deve ser o primeiro país a lançar o longa em circuito comercial, enquanto ele ainda segue carreira em festivais internacionais – foi premiado em Sydney e Amsterdã.
Depois dos cinemas, o caminho de Aquarius já está traçado: até o final do ano, o filme estará disponível em serviços de VoD como iTunes e Net Now. No início de 2017, já está prevista sua exibição no Telecine e no Canal Brasil.
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