Em discurso na CinemaCon nesta terça-feira, 25, John Fithian, presidente da Nato, associação que representa o parque exibidor americano, elogiou as plataformas Apple e Amazon por lançarem seus próximos filmes — como Air, Assassinos da Lua das Flores e Napoleão — exclusivamente nos cinemas. Napoleão, por exemplo, tem distribuição theatrical garantida pela Sony.

De acordo com o executivo, a mudança radical na estratégia de lançamento dos serviços streaming é uma ótima notícia para o setor, que agora percebe a importância da janela theatrical para o faturamento das empresas. Ambas as plataformas pretendem investir US$ 1 bilhão em títulos previstos para a tela grande.

"Lançar blockbusters diretamente no streaming não é um modelo de negócio sustentável", afirmou Fithian, lembrando que os estúdios contraíram dívidas gigantescas ao optar por encurtar a janela ao longo da pandemia. "É irrefutável que a janela theatrical é a chave para a indústria cinematográfica."

Dados apresentados por Fithian mostram que nove entre cada dez pessoas tomam conhecimento de um filme quando a estreia se dá nos cinemas, e metade delas fica mais propensa a assistir ao longa quando este chega ao streaming. "Fãs de cinema querem o lançamento theatrical para ajudá-los a decidir qual a melhor opção para ver o conteúdo", argumentou.

Fithian se prepara para deixar o comando da Nato após duas décadas, e num momento em que as vendas de ingressos nos EUA subiram mais de 30% graças a fenômenos como Avatar - O caminho da água (Disney) e Super Mario Bros. (Universal), atualmente em cartaz. Ele será substituído por Michael P. O’Leary, que já ocupou cargos na Fox e na Motion Picture Association (MPA).

David Zaslav faz coro às falas de Fithian

Um pouco depois, David Zaslav, CEO da Warner Bros. Discovery, subiu ao palco da CinemaCon e fez coro às falas de John Fithian. Zaslav garantiu que não tem nenhuma intenção — nem pressa — de lançar os filmes "premium" da Warner diretamente na Max (anteriormente conhecida como HBO Max). Para ele, as janelas tradicionais de exibição devem ser preservadas.

"Quando você estreia um filme nos cinemas, há todo um fluxo único de monetização", afirmou. "E, mais importante, há marketing. Uma marca é construída. Quando chega ao streaming, o título está tão valorizado que a própria plataforma sente o impacto positivo."