Num ano em que o tom político reinou no Oscar, com piadas e discursos sobre a necessidade de inclusão dos negros e outras minorias na premiação, a premiação se mostrou bastante pulverizada. Na maior surpresa da noite, Spotlight – Segredos revelados venceu o principal Oscar da noite, o de melhor filme, destronando os favoritos O regresso e A grande aposta - este último havia vencido o prêmio do Sindicato dos Produtores, considerado um forte termômetro do prêmio principal. Spotlight também levou o troféu de melhor roteiro original. Baseada em um caso real, a história acompanha um grupo de jornalistas de Boston que investiga casos de abuso sexual de crianças cometido por padres católicos.

O Oscar de melhor ator foi para Leonardo DiCaprio pela atuação em O regresso - o ator venceu pela primeira vez na sua quinta indicação em 22 anos. A atriz Brie Larson, de O quarto de Jack, levou a melhor entre as atrizes já em sua primeira indicação. Ambos os atores já haviam sido consagrados anteriormente na mesma categoria em outras premiações, como o Globo de Ouro, o Bafta e o SAG Awards. O regresso também levou prêmio pela direção do mexicano Alejandro Iñárritu, e pela fotografia de Emmanuel Lubezki - o diretor venceu pelo segundo ano seguido (depois de Birdman), e o fotógrafo pelo terceiro (Birdman e Gravidade).

Mad Max – Estrada da fúria foi o maior vencedor da noite, com seis estatuetas, em categorias técnicas como melhor montagem, figurino e edição de som. O Oscar de melhor documentário foi para Amy, sobre a cantora britânica Amy Winehouse, dirigido por Asif Kapadia e James Gay-Rees.

A animação brasileira O menino e o mundo, de Alê Abreu – primeira do país a ser indicada ao Oscar – não venceu na categoria, perdendo para a produção americana Divertida mente. O húngaro O filho de Saul, drama situado no Holocausto, levou melhor filme estrangeiro.

Para ver a lista completa dos vencedores da edição 2016, acesse o site do Oscar.

A vez dos independentes

Um dia antes do Oscar, em Santa Monica, Los Angeles, Spotlight também foi o grande vencedor dos Spirit Awards, maior premiação do cinema independente americano, destinada a filmes produzidos com até US$ 20 milhões. O longa venceu em cinco categorias: filme, diretor, roteiro, montagem e o prêmio especial Robert Altman. Um dos grandes diferenciais em relação ao Oscar foram os dois prêmios para Beasts of no nation, produção da Netflix: melhor ator para o menino Abraham Attah e ator coadjuvante para o britânico Idris Elba.