Chris Rock vai abordar questão racial no Oscar

Chris Rock vai abordar questão racial no Oscar

Redação
25 jan 16

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Getty Images/Noam Galai

Chris Rock: racismo é tema de seus stand-ups

Depois de explodir a controvérsia em torno da ausência de negros entre os principais indicados na edição deste ano do Oscar, as atenções se voltaram ao apresentador da cerimônia, Chris Rock. As especulações giravam em torno da adesão – ou não – do comediante ao boicote proposto por nomes como Spike Lee. Agora, Rock não apenas confirmou sua participação na festa como disse que pretende atirar gasolina à fogueira com um monólogo inteiramente repaginado.

O ator, que costuma abordar a questão racial em seus espetáculos de stand-up e em 2009 produziu o documentário Good hair, sobre cabelos afro, declarou no fim de semana que está reunido com sua equipe de roteiristas para reescrever o monólogo de abertura do prêmio e incluir menções à campanha #OscarsSoWhite.

O texto costuma ser o grande vôo solo dos apresentadores do Oscar, apimentado com piadas sobre a indústria. Em vez de fugir do climão provocado pelo boicote de atores como Will Smith e sua mulher, Jada Pinkett Smith, Rock pretende cutucar ainda mais a ferida, adiantou o produtor da cerimônia, Reginald Hudlin, durante um almoço da NAACP, tradicional associação americana de direitos negros.

“Chris é brilhante. Tenho 1000% de certeza de que ele vai apresentar algo que as pessoas vão comentar por semanas”, afirmou Hudlin. Segundo o produtor, a Academia está pronta para encarar a controvérsia sem filtros. “Eles sabem que é disso que precisamos. Sabem que é o que o público quer”, disse.

Academia anuncia medidas para aumentar diversidade

Na quinta-feira passada, o Conselho da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas aprovou uma série de mudanças para fazer com que a seleção de membros votantes do Oscar seja mais diversificada, com maior participação de mulheres, negros e latinos. “A Academia vai liderar esse caminho, não vai esperar a indústria para acompanhar o movimento”, disse a presidente, Cheryl Boone Isaacs.

A intenção é dobrar a representação de mulheres e outros perfis hoje minoritários entre os votantes até 2020. A partir deste ano, os membros da Academia poderão eleger os indicados por dez anos, sendo essa autoridade renovável caso o participante em questão tenha continuado ativo na indústria durante aquela década. Se aquele votante conseguir renovação por mais dois mandatos ou for indicado ao Oscar, sua presença se torna vitalícia.

Para aumentar a diversidade em curto prazo, a Academia vai eleger três novos conselheiros. Também vai chamar para seus comitês novos membros que terão o poder de estabelecer diretrizes de governança e criar regras para associados. A organização deve lançar também uma campanha global para recrutamento de perfis minoritários entre os votantes, em vez de continuar renovando seus quadros no modelo vigente, em que apenas atuais membros indicam novos.