Depois de ser acusada de dar pouco espaço às minorias entre seus membros e nas indicações ao Oscar, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood tem se lançado em uma empreitada para se tornar uma instituição mais plural. O último passo dado foi o envio de 322 convites para novos membros – no último ano foram 271, sendo 133 a média de 2004 a 2012 –, incluindo uma série de nomes que podem ajudar na mudança do perfil da organização. Entre os convidados estão os atores David Oyelowo (Selma - Uma luta pela igualdade), Gugu Mbatha-Raw (O destino de júpiter), Felicity Jones (A teoria de tudo), Emma Stone (Birdman ou (A inesperada virtude da ignorância)), Rosamund Pike (Garota exemplar); o diretor coreano Bong Joon-ho (Expresso do amanhã) e o diretor francês François Ozon (Jovem e bela). A lista inclui dois brasileiros: o documentarista João Moreira Salles (Santiago) e o músico Sérgio Mendes, produtor musical executivo da animação Rio 2. Não há garantia de que todos os convites serão aceitos, mas raramente há recusas.

Tudo começou quando a lista com as indicações de cada país ao Oscar foi divulgada. Elas incluíam atores brancos em todas as 20 categorias de interpretação, e pouquíssimas mulheres e representantes de outras minorias espalhados nos demais grupos. A diretora Ava DuVernay e o ator David Oyelowo, do drama biográfico Selma, por exemplo, eram fortes candidatos, mas não foram incluídos na lista dos finalistas.

"Diante das pressões, a proposta agora é buscar mulheres, artistas estrangeiros e pessoas de várias idades e etnias, de forma a ampliar as vozes da Academia, mas sem perder o rigoroso padrão de avaliação das obras", garantiu Cheryl Boone, presidente da Academia, à revista Variety. Até o momento da última contagem para a votação de 2014, a Academia possuía 6,124 mil membros votantes. As “novas vozes” constituem apenas uma pequena fração desse grupo, mas os diretores esperam que elas possam ajudar a fazer a diferença. A votação para o quadro de novos membros vai até dia 2 de julho.