Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Os espectadores americanos têm interesse em pagar para ver novos lançamentos do cinema em casa, mas há um limite claro em quanto estão dispostos a pagar para ver as estreias no conforto do sofá. É o que mostra um levantamento da empresa de pesquisas Market Cast divulgado na CinemaCon, em Las Vegas, encerrada na última quinta. A cobertura completa do Filme B no evento é tema de um encarte especial na nova edição da Revista Filme B que circulará no Show de Inverno, nos próximos dias 27 e 28, em Campos do Jordão.
A pesquisa, feita com 1.200 americanos entre 18 e 64 anos, não mencionou nominalmente o Screening Room, projeto polêmico de Sean Parker que visa oferecer as estreias em casa ao custo de um decoder fixo de US$ 150, mais US$ 50 por título alugado.
O relatório identificou que o maior interesse na proposta do Screening Room vem dos cinéfilos mais ávidos, que frequentam muito o cinema, e de pais de família de mais idade. Mas Chris Retore, diretor da empresa, fez uma afirmação que impactou o mercado: a implantação de uma nova plataforma VOD day-and-date (estreando na mesma data do cinema) como essa não vai necessariamente reverter numa maior renda para o negócio do entretenimento como um todo.
Chega de aparelho
“Os que mais se interessam pelo novo serviço são os espectadores mais ativos do cinema. Eles sabem o quanto gastam para ir ao cinema e vêem vantagem em ver mais filmes em casa. Mas eles são muito importantes para o negócio do theatrical, e muitas dessas pessoas vêem o novo serviço como um substituto do cinema – ou seja, não expandiriam o orçamento total gasto com entretenimento.”
Um em cada três entrevistados afirmou que não pagaria “de jeito nenhum” pelo serviço, tanto pelo custo dos filmes quanto do aparelho. Oito em cada dez pessoas ouvidas dizem que não gostam da ideia de ter mais um aparelho instalado em casa – um terço afirmou que não gostaria nem mesmo se ele fosse gratuito.
Cinema mais barato
De cada dez espectadores, sete estimam que gastam um total de no máximo US$ 40 na ida ao cinema, incluindo o valor dos ingressos, de estacionamento e uma eventual babá para filhos pequenos – ou seja, um valor menor que os US$ 50 por filme a serem cobrados pelo Screening Room.
Metade dos ouvidos disseram “concordar totalmente” com a afirmação de que a nova experiência não é capaz de substituir o cinema. A rejeição se mostrou forte tanto para um grande blockbuster – apenas 21% optaria por vê-lo em VOD antes do cinema – quanto para filmes mais autorais (20%).
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