Referência
no mercado de
cinema no Brasil
A Fox Searchlight, braço da Fox para filmes de perfil mais autoral, acaba de fechar uma compra envolvendo a maior cifra da história do Festival de Sundance: US$ 17,5 milhões por The birth of a nation (O nascimento de uma nação), drama sobre escravos dirigido e estrelado por Nate Parker. Para se ter uma ideia, um dos recordistas anteriores, a comédia Pequena miss Sunshine, foi comprada por US$ 10,5 milhões.
O longa conta a história real de Nat Turner, escravo que liderou uma rebelião de 48 horas contra fazendeiros e escravocratas no estado da Virgínia – provocando uma retaliação violenta dos brancos. Cem anos depois, The birth of a nation rouba o título de um dos primeiros clássicos do cinema americano, dirigido por D.W. Griffith em 1915. O elenco tem ainda Armie Hammer (de O cavaleiro solitário e O agente da UNCLE) e Jackie Earle Haley (Pecados íntimos, A hora do pesadelo).
The birth of a nation estreou na última segunda-feira em Sundance, numa sessão que ao final foi ovacionada pela plateia por longos minutos e que provocou lágrimas e comoção entre os espectadores.
Filme certo na hora certa
Segundo o site The Wrap, o leilão do filme em Sundance teve a disputa com concorrentes como Weinstein Company, Sony e a Netflix. A plataforma de streaming teria oferecido até mais pelo filme, US$ 20 milhões, para estreá-lo online – mas os produtores preferiram uma grande distribuidora tradicional para apostar num lançamento theatrical (em salas) de olho no Oscar e nas outras premiações do ano que vem. O leilão foi disputado justamente porque Birth é o filme que toda a indústria estava esperando depois das acusações de racismo no Oscar.
Lembre-se que a Fox Searchlight foi a responsável pelo lançamento de 12 anos de escravidão em 2013 – filme que venceu o Oscar de melhor filme e faturou US$ 188 milhões globalmente, dos quais US$ 131 milhões apenas fora dos EUA.
A bolha do streaming
Analistas de mercado em Sundance apontam que este ano o festival pode estar presenciando uma bolha de valores inflados por conta da entrada dos gigantes do streaming entre os compradores.
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A Amazon, por exemplo, comprou no festival por US$ 10 milhões o drama Manchester by the sea, com Casey Affleck, numa batalha com Fox Searchlight, Universal, Sony Classics e Lionsgate. Mais US$ 15 milhões devem ser gastos na divulgação do longa.
“Esse tipo de acordo não faz sentido, cria uma onda de dinheiro para filmes que não vão dar retorno”, disse um executivo ao The Wrap.
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