Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Quanto maior o circuito de um filme em 3D melhor, certo? Errado. Na China, muitos espectadores inundaram as redes sociais contra a versão 3D do thriller Jason Bourne, quarto episódio da franquia, que estreou na última quarta-feira por lá.
Os internautas acusam a Universal e os exibidores de faturarem com o preço naturamente mais alto do ingresso em 3D com um filme que usa muito a câmera na mão, como se acompanhasse o ponto de vista em primeira pessoa do agente da CIA – muitos reclamaram de enjoos e tontura durante a sessão.
Segundo as contas do site Deadline, um filme em 3D pode ter um faturamento 33% maior do que um filme em 2D na China. Em apenas dois dias, Bourne faturou US$ 18,7 milhões por lá, o melhor resultado entre os quatro da franquia de ação.
Mas os grandes estúdios e os exibidores não preferem o 3D apenas por ganância – é sempre bom lembrar que a pirataria é um fenômeno maciço na China, e os filmes no formato não podem ser pirateados.
Tudo dominado
De acordo com um relatório do mercado chinês de exibição, das 149 salas da capital Pequim – com população de 11 milhões de habitantes –, apenas oito estão exibindo o filme em 2D. Em Shanghai, não é diferente: apenas nove entre 174 salas exibem a versão em duas dimensões – e elas ficam na periferia da cidade.
“A versão em 3D é um truque. Isso tem acontecido com frequência na China e precisa acabar”, reclamou um internauta chinês nas redes.
Em reação às reclamações, o braço chinês da Universal emitiu um comunicado afirmando que está trabalhando para aumentar o circuito 2D do filme nos próximos dias.
No Brasil, o circuito cinematográfico tem hoje cerca de 1.340 salas com projetor 3D – em torno de 44% do total de 3.040 salas do total. Por aqui, a Universal lançou Jason Bourne há um mês num circuito de 551 salas, apenas no formato 2D.
© Filme B - Direitos reservados