Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Os quase 10 mil integrantes da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood têm até a próxima terça-feira, 1º, para enviar as cédulas com suas escolhas para o Oscar 2022, cuja cerimônia está marcada para 27 de março. Desta vez, o mercado está com um olhar particularmente atento para os indicados. A lista de concorrentes vai dar não apenas visibilidade a filmes independentes e de arte, mas também incentivar a ida aos cinemas do público mais velho — justamente o grupo demográfico que tem apresentado mais resistência em voltar às salas no processo de retomada.
Não é à toa que quatro fortes candidatos ao maior prêmio do cinema estrearam agora no Brasil, a uma semana do anúncio dos indicados (8 de fevereiro). O beco do pesadelo (Disney), Spencer (Diamond/Galeria), Belle (Paris) e Summer of soul (Disney) estão em praticamente todas as listas de favoritos ao Oscar, entre categorias principais e técnicas. Ontem, O beco do pesadelo e Spencer venderam quase 5 mil ingressos cada, segundo dados do Filme B Box Office Brasil, mas os números podem aumentar com a exposição das indicações.
Entre casos recentes, o exemplo mais emblemático de como o Oscar impulsiona o desempenho nas bilheterias foi Parasita, o drama sul-coreano que fez quase 1 milhão de público durante uma longa carreira de mais de seis meses nos complexos, graças à vitória na premiação. No streaming, segundo dados da Nielsen, a comédia Não olhe para cima e o drama Ataque dos cães, ambos da Netflix, chegaram a liderar o ranking dos mais vistos na plataforma graças ao burburinho gerado pela temporada.
Hoje, o público adolescente e jovem voltou em peso aos cinemas, vide o sucesso atual de Homem-Aranha - Sem volta para casa (Sony). Mas os mais velhos ainda estão receosos. Um dos favoritos ao Oscar, Amor sublime amor (Disney), de Steven Spielberg, foi vítima deste cenário. É consenso no setor que o avanço da vacinação é apenas um passo para revertê-lo: igualmente importante é estimular a mudança de hábito, colocando no mercado títulos que incentivem o retorno dos espectadores maduros. Produtos diversos — de Marighella (Dt/Paris) a 007 - Sem tempo para morrer (Paramount), passando por Duna (Warner) e Casa Gucci (Universal) — cumpriram parte do papel, e o Oscar surge como um "empurrão" a mais.
Sindicatos dos produtores e diretores "esquentam" o Oscar
Dois importantes termômetros para o Oscar, o Sindicato dos Produtores (PGA, na sigla em inglês) e o Sindicato dos Diretores (DGA) revelaram ontem os indicados às suas premiações. Entre eles estão Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson, e Belfast, de Kenneth Branagh, que a Universal lança no Brasil em 17 de fevereiro e 10 de março, respectivamente. Ao longo de suas 32 edições, o PGA previu 22 vencedores do Oscar. Ambos os filmes também concorrem ao Sindicatos dos Atores (SAG), grupo que compõe a maior parte do júri da Academia. Em outras palavras, são títulos que merecem atenção dos exibidores nas próximas semanas.
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