Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Terminado o período do verão cinematográfico em Hollywood, os analistas se debruçam para ver quais foram os resultados. E eles foram melhores do que o esperado: 2016 teve a segunda maior receita histórica de bilheteria doméstica no período, com US$ 4,5 bilhões, perdendo apenas para 2013.
Na verdade, maior receita não é sinônimo de maior público, uma vez que o ingresso está um pouco mais caro nos EUA. O mercado americano perdeu um público de 31 milhões de espectadores de 2015 pra cá, chegando a cerca de 500 milhões – o segundo pior resultado em quase 20 anos.
Uma tendência que vai se fortalecendo ano a ano é o desaparecimento do filme de bilheteria média. Curiosamente, o verão de 2016 não teve nenhum filme com renda na faixa de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões. Quatro ficaram acima dessa faixa: Procurando Dory, Capitão América: Guerra Civil (Disney), Pets – A vida secreta dos bichos (Universal) e Esquadrão Suicida (Warner). O próximo da lista, X-Men: Apocalipse (Fox), somou US$ 155 milhões no mercado interno.
Animação e terror em alta
No ano, a Disney mantém a liderança do market share, com 26,5%, seguida da Warner, com 19,5%. É uma marca impressionante para a Disney, uma vez que a distribuidora lançou neste ano 15 títulos a menos do que a Warner.
Dois gêneros mostraram sua força no ano até agora: a animação e o terror. Pets e Procurando Dory são dois dos maiores sucessos do ano, e todo filme de terror lançado nos EUA desde novembro de 2015 teve bom desempenho: 12 horas para sobreviver – O ano da eleição, Invocação do mal 2, Quando as luzes se apagam, Águas rasas e O homem nas trevas figuram entre os filmes mais lucrativos do ano. O último fracasso do gênero foi Victor Frankenstein, há dez meses.
Orçamentos enxutos
Por outro lado, todos os estúdios têm se preocupado com a falta de fôlego de franquias nas quais apostaram muitas de suas fichas. A lista de filmes que deixaram a desejar nas bilheterias é extensa: os últimos longas das franquias Jason Bourne, Tartarugas Ninja, Star Trek, X-Men, Independence Day, Caça-Fantasmas, Vizinhos, Era do gelo e Alice.
Para combater essa tendência, os executivos prevêem que, nos próximos anos, Hollywood deve apostar cada vez mais nos filmes chamados de contraprogramação. Com orçamentos bem menores que os das franquias, eles podem garantir maior margem de lucro aos estúdios. Exemplos recentes de sucesso nesse nicho, ao menos dentro dos EUA, são as comédias Um espião e meio, com Dwayne Johnson, e Perfeita é a mãe!, com Mila Kunis, e a animação Festa da salsicha. Apesar de tudo, uma certa originalidade ainda continua sendo um valor em alta em Hollywood.
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