Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O thriller argentino El clan, de Pablo Trapero (Elefante branco, Abutres), conseguiu o que parecia impossível. O longa, que estreou no último dia 13 na Argentina, superou a bilheteria de Missão: Impossível – Nação secreta no país, estabelecendo um novo recorde de abertura para um filme local – 504 mil ingressos nos quatro primeiros dias.
O número superou em 10% o de Relatos Selvagens (2014), o último recordista, que fez 450 mil espectadores na abertura. El clan fechou a primeira semana com 825 mil espectadores – o novo filme de Tom Cruise vendeu 400 mil ingressos em 12 dias.
Como a abertura de El clan superou a de Relatos, os produtores esperam que o público total do filme na Argentina até o final da carreira também supere o da comédia de humor negro – que somou público de 3,45 milhões de pessoas.
A questão agora é se o apelo local do filme será o mesmo internacionalmente. Das mesmas produtoras de Relatos selvagens, El clan será distribuído pela Fox para toda a América Latina. O apelo do filme pode aumentar se sair premiado de um dos três grandes festivais nos quais será exibido nas próximas semanas: Veneza, Toronto e San Sebastián.
Sequestros de luxo
Inspirado em um dos crimes mais famosos da história da Argentina, ocorrido nos anos 80, El Clan, narra a história da poderosa família Puccio, que morava num dos bairros mais luxuosos de Buenos Aires e organizava o sequestro de pessoas ricas do próprio bairro. Toda a família era cúmplice dos crimes. Depois que recebiam os resgates, ainda assim eles matavam os reféns. O filme se passa no período de quatro sequestros, entre 1982 e 1985.
Pode parecer estranho para o espectador brasileiro, mas El clan conseguiu essa performance sem a presença de Ricardo Darín, ator argentino mais famoso no mundo hoje. Mas um dos protagonistas é Guillermo Francella, ator da mesma geração de Darín, que atuou com o astro em O segredo dos seus olhos e protagonizou um dos maiores sucessos recentes no país, a comédia Coração de Leão – O amor não tem tamanho (2013).
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