Distribuidora lança filmes brasileiros nos EUA

Distribuidora lança filmes brasileiros nos EUA

Thiago Stivaletti
25 set 15

Imagem destaque

Divulgação

Cena do longa O que se move, que estreou em Boston e Nova York

Enquanto o público torce pela indicação ao Oscar de Que horas ela volta?, uma pequena distribuidora começou a distribuir nos EUA filmes brasileiros de público bem mais restrito, com a missão de criar um gosto no público americano pelos filmes daqui.

É a Cinema Slate, distribuidora fundada neste ano pelo executivo Rodrigo Brandão. O diferencial: além de lançar os filmes nos cinemas americanos – a meta é chegar a dez cidades –, os filmes estreiam day and date (simultaneamente) na Fandor, plataforma de streaming dedicada a filmes de autor.

Dois longas já foram lançados: O que se move (The moving creatures), de Caetano Gotardo, e o documentário A vida privada dos hipopótamos (I touched all your stuff), de Maíra Bühler e Matias Mariani. O primeiro estreou em Nova York, Los Angeles, Columbus e Chicago; o segundo, em Boston em Nova York.

Nas próximas semanas, estreiam nos EUA Trabalhar cansa (Hard labor), de Marco Dutra e Juliana Rojas (30/10); Casa Grande, de Fellipe Barbosa (13/11); e o documentário Campo de jogo (Sunday ball), de Eric Rocha (11/12).

Legendas sem espaço

“A Fandor tem uma audiência de pessoas que valorizam o cinema como arte e linguagem, e é importante colocar os nossos filmes na frente dessas pessoas. Hoje, é preciso estabelecer uma ligação entre eventos em cinemas com eventos online”, diz Brandão, que também atua como vice-presidente da distribuidora internacional Kino Lorber.

Para ele, a parceria online é importante para ampliar a oferta para além de um circuito limitado de salas. “O número de cinemas que incluem filmes legendados nos seus calendários está diminuindo, e a competição por salas de cinemas, pelo público e por espaço na imprensa é cada vez maior. É uma realidade que o próprio cinema independente americano enfrenta. Por isso é importante ocupar salas no circuito comercial, e não só espaço em festival”, completa.

A receita da Cinema Slate provém de recursos privados e da distribuição comercial dos filmes do catálogo. Com Trabalhar cansa, a distribuidora foi contemplada no Prêmio de Apoio à Distribuição, iniciativa do Cinema do Brasil em parceria com a Apex.