Referência
no mercado de
cinema no Brasil
A Paramount fechou uma parceria com a AMC Theatres, segundo maior exibidor dos Estados Unidos, para reduzir o intervalo entre o lançamento nos cinemas e a estreia em DVD e plataformas on demand de dois títulos de terror programados para o segundo semestre: Atividade paranormal 5 – Dimensão fantasma e Scout’s guide to the zombie apocalypse. A parceria prevê que os longas cheguem ao home entertainment em pouco mais de 17 dias, uma janela bem menor que a habitual.
Consagrado por anos de tradição na indústria, o intervalo prolongado entre a estreia theatrical (nas salas de exibição) e em outros meios como a TV e o vídeo - a chamada janela de exibição - foi uma maneira de preservar a principal vitrine e fonte de renda dos filmes, o cinema. No entanto, o avanço tecnológico e as modificações nos hábitos dos espectadores têm desafiado esse pacto. Hoje, os seis meses originais de quarentena encolheram para três e são cada vez mais comuns os lançamentos day-and-date (simultâneos). O crescimento de serviços como o Netflix trouxe um complicador a mais para essa receita.
Pelo novo acordo, os 17 dias de janela dos dois lançamentos do estúdio passam a contar quando o circuito dos filmes cair para menos de 300 salas. Como forma de seduzir os exibidores a passarem os filmes, a Paramount está oferecendo uma parcela da arrecadação posterior dos longas em serviços digitais. A fatia de ganho de cada rede será definida pelo market share das empresas.
A promessa de lucros futuros não é mera camaradagem. A manutenção das janelas é ponto pacífico entre os maiores exibidores dos EUA e qualquer tentativa de alterar essa dinâmica acaba resultando em boicote. Aconteceu com a Universal na época de lançamento de Roubo nas alturas e com a Sony quando tentou acelerar a chegada ao vod do polêmico A entrevista. A Netflix provocou grita ao anunciar a continuação de O tigre e o dragão, produção em parceria com a The Weinstein Company, prevista para estrear day-and-date em salas IMAX.
Pelo menos por enquanto, a contrapartida para quem passar os filmes nos cinemas parece ter caído bem. Embora não se saiba ainda como vão se posicionar Regal e Cinemark, as outras duas principais redes americanas, o porta-voz da NATO, associação dos exibidores, saudou a iniciativa da Paramount. “Durante muitos anos, pedimos aos estúdios que conversassem com os donos de cinemas para desenvolver novos modelos para fazer crescer o bolo de forma que não prejudicasse a carreira dos filmes no circuito. Aplaudimos a iniciativa”, disse Patrick Corcoran.
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