Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O presidente da NATO, principal associação de exibidores dos Estados Unidos, desfiou otimismo na abertura da CinemaCon, encontro anual da indústria em Las Vegas. Em sua apresentação, John Fithian afastou as sempre catastróficas previsões para o mercado de cinema. “Apesar de toda a conversa inflamada sobre como a internet e o streaming estão perturbando o negócio, a bilheteria doméstica (dos EUA) tem crescido continuamente há mais de uma década”, disse.
Fithian, que costuma abrir o primeiro dia da conferência, palco de apresentações dos estúdios, desafiou os apocalípticos com números do tradicional relatório da MPAA, que faz um raio-X do mercado no ano que passou. A bilheteria americana cresceu 40,2% em 2016, alcançando US$ 11,37 bilhões.
O presidente da NATO destacou que 2017 até agora está 2,3% acima do mesmo período no ano passado no mercado local. Além de superblockbusters como Logan (US$ 201,6 milhões) e A Bela e a Fera (US$ 326,1 milhões), as bilheterias americanas tiveram desempenhos acima da expectativa com o terror Corra! (148,5 milhões), Fragmentado (US$ 137,3 milhões) e La la land - Cantando estações (US$ 150,2 milhões).
Cenário de desemprego
Para Fithian, a ideia de uma indústria ameaçada não condiz com os fatos. Principalmente, ao se considerar o estado geral da economia. “Esse resultado aconteceu diante de duas recessões, uma taxa de desemprego de 10% e uma renda per capita que só agora está voltando aos níveis de 17 anos atrás”, refutou.
A crença de que os millennials (geração nascida entre os anos 1980 e início dos 2000) estão abandonando as salas de exibição também seria um exagero para o presidente da NATO. Ele destacou a divisão etária do relatório, que mostra um crescimento de 40% no grupo de espectadores frequentes entre 18 e 34 anos.
Importância dos estrangeiros
A fala de Fithian foi durante o International Day da CinemaCon, programação dedicada aos parceiros de Hollywood no resto mundo. A ocasião não poderia ser mais propícia para tratar da onda de aversão a estrangeiros que tem crescido no país, alimentada pelas políticas do governo Trump. “O livre comércio é muito bom para o nosso negócio, sempre foi. A imigração também é”, defendeu.
Além de uma associação que congrega os principais exibidores americanos, a NATO também tem representantes em outros 90 países. “Nós nos beneficiamos de uma visão do mundo global. A exibição virou um negócio global”, lembrou o presidente, citando a expansão da Wanda/AMC na Europa e Austrália.
Dentro dos EUA, os hispânicos são o maior grupo de frequentadores habituais de cinemas, com 21% do total de ingressos – eles correspondem a 18% da população. Entre os americanos de origem asiática e africana, a ida ao cinema aumentou de 3,5 para 4,2 vezes ao ano em 2016. O México, alvo da hostilidade de Donald Trump, segue um importante parceiro. “Temos que colaborar fechando bons acordos bilaterais de comércio”, disse Fithian.
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