Disney reconhece problemas e anuncia reestruturação

Disney reconhece problemas e anuncia reestruturação

Redação
09 fev 23

O primeiro trimestre fiscal da Disney superou as expectativas de Wall Street, mas o balanço, divulgado nesta quarta-feira, 8, também revelou uma reestruturação na empresa que inclui a demissão de 7 mil funcionários e a redução de US$ 5,5 bilhões em custos.

Este é o primeiro balanço fiscal sob o novo comando de Bob Iger, que voltou à presidência com a missão de aumentar os lucros no streaming. A quantidade de assinantes da Disney+ caiu 1% no período, chegando a 161,8 milhões. Um dos motivos foi o cancelamento do serviço Hotstar na Índia após a empresa perder direitos de transmissão de jogos de críquete.

Bob Iger reconhece complexidade do ramo de streaming

As perdas na área do streaming foram de US$ 1,05 bilhão. Embora o prejuízo seja alto, foi menor que o previsto por Wall Street.

"O negócio de streaming, que eu acredito ser o futuro e que tem crescido, não está entregando o tipo de lucro que os canais lineares entregaram para nós ao longo de algumas décadas", reconheceu Bob Iger em comunicado a acionistas.

Uma das reestruturações previstas é a divisão da Disney em três segmentos: Entretenimento, ESPN e Parques/Produtos. A notícia levantou rumores de que a empresa estaria planejando vender a ESPN, o que Bob Iger negou.

“O trabalho que estamos fazendo para remodelar nossa empresa em torno da criatividade, ao mesmo tempo em que reduzimos despesas, levará a um crescimento sustentado e à lucratividade de nossos negócios de streaming, e nos posicionará melhor para enfrentar futuras disrupções e desafios econômicos globais", afirmou Iger.

A fala de Iger animou Wall Street, e as ações da Disney cresceram nesta quinta-feira.

Netflix cresce fora dos EUA

Ao longo dos últimos anos, o mercado de streaming sofreu baques até então inesperados, como a perda da Netflix de quase 1 milhão de assinantes no ano passado, resultado de um setor cada vez mais concorrido e complexo. Isso levou a empresa a investir em mercados locais — recentemente, o número de clientes da Netflix na Europa, no Oriente Médio e na África superou o dos EUA pela primeira vez.

Em relação aos cortes, a Disney quer enxugar gastos com programação e US$ 2,5 bilhões em cortes não relacionados a conteúdo. Ao mesmo tempo, a companhia sinalizou investimentos fortes em cinema, com o anúncio de Toy story 5, Frozen 3 e Zootopia 2.

No relatório de ontem, a Disney reportou receitas gerais de US$ 23,5 bilhões — um crescimento de 8% em comparação ao mesmo período do ano passado.