Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Em um ano repleto de polêmicas e controvérsias envolvendo a diferença de gênero em Hollywood, o roteirista e diretor Colin Trevorrow (Jurassic world – O mundo dos dinossauros) parece ter jogado mais lenha na fogueira ao publicar em sua conta do Twitter uma série de comentários que ele mesmo admitiu, depois, talvez serem “ingênuos”.
A contenda teve início na última quarta-feira, com um artigo publicado no Los Angeles Times. O texto criticava a escolha de nomes praticamente desconhecidos para a direção de alguns blockbusters lançados em 2015 - incluindo ele e Josh Trank, de Quarteto Fantástico - , partindo do princípio que, já que Hollywood tem dado chances importantes para diretores estreantes, os estúdios também deveriam estender essas mesmas oportunidades às mulheres.
Questionado sobre o caso, Trevorrow considerou como pessoal algumas críticas feitas pelo periódico americano, já que antes da superprodução da Universal, seu primeiro e único longa foi o inexpressivo Sem segurança nenhuma (2012). Para ele, a disparidade entre homens e mulheres no mercado de cinema dos EUA existe em parte devido à falta de interesse das mulheres em dirigir grandes filmes comerciais.
“Claro que é muito desequilibrado, e felizmente isso irá mudar com o tempo. Mas me dói quando sou usado como exemplo de privilégio a homens brancos”, afirmou o diretor. “Eu conheço a maioria das cineastas que foram mencionadas nesses artigos, e elas já receberam propostas de dirigir filmes desse tipo, mas escolheram não realizá-los”.
Nesse ponto, Trevorrow, provavelmente, se referia à Ava DuVernay (Selma – Uma luta pela igualdade), que recentemente admitiu estar em conversação com a Disney/Marvel para dirigir Pantera Negra. Ela, no entanto, acabou recusando a oferta em razão de divergências criativas com o estúdio. Após seu primeiro comentário, Trevorrow foi bombardeado no Twitter, mas manteve sua opinião inicial.
“Eu teria sido escolhido para dirigir Jurassic World se eu fosse uma mulher com apenas um filme pequeno no currículo? Não faço ideia. Gosto de pensar que a escolha foi baseada no tipo de história que contei e no jeito que escolhi para contá-la, mas é claro que não é tão simples. Existem preconceitos seculares em todos os níveis, no trabalho e dentro de todos nós”, comentou depois.
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