Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Acompanhando a tendência de conteúdo on demand, a Globo lançou há um mês a sua plataforma de vídeos, o Globo Play. A nova plataforma permite ver a programação (ao vivo ou por demanda) da Globo no celular, no tablet ou em qualquer outra tela. O aplicativo para celular (sistemas Android e iOS) já superou a marca dos 2,5 milhões de downloads.
A maior parte da programação da Globo já estava disponível em vídeos nas páginas do Gshow, o portal da Globo. A ideia é manter as duas opções para o espectador. “O Globo Play é destinado à imersão em vídeos. O GShow é voltado para os fãs de entretenimento da Globo e por isso tem uma quantidade maior de material extra, como teasers de atrações futuras, bastidores dos programas e edições tematizadas”, explica o diretor de mídias digitais da Globo, Erick Brêtas. A inauguração acontece depois de outra plataforma criada pela empresa, o Globosat Play, que reúne conteúdo de seus canais de TV paga (GNT, Multishow, Globonews, Sportv e Viva, entre outros).
Programas exclusivos
“O consumidor A pode ser um aficionado em esportes que consome muito conteúdo como reportagens, tabelas dos campeonatos e vídeos de futebol. O consumidor B quer uma seleção mais balanceada de jornalismo, esportes e entretenimento, mas com um foco maior em vídeos. Para o consumidor A, oferecemos os vídeos de esportes no Globoesporte.com, junto de outros conteúdos em texto, fotos e gráficos. Para o B, é importante que os vídeos de esportes estejam no Globo Play. O mundo digital permite a convivência de múltiplas janelas de distribuição”, conclui.
Agora, a Globo estuda a produção exclusiva de conteúdos para a plataforma – uma tendência forte no mercado americano. Há duas semanas, a ABC, um dos três maiores canais abertos dos EUA, anunciou a produção de programas exclusivos para sua plataforma, a WatchABC. A primeira experiência da Globo foi o capítulo zero da nova novela das sete, Totalmente demais, com um conteúdo exclusivo de sete minutos, que teve 700 mil visualizações entre Gshow e Globo Play.
ABC produzirá conteúdo exclusivo para streaming
Quanto à cobrança, o Globo Play segue o modelo que Brêtas chama de Freemium: os principais trechos de programas, novelas e séries são abertos, assim como a íntegra dos telejornais; mas a íntegra dos conteúdos de dramaturgia só está disponível para os assinantes da Globo.com (R$ 12,90 por mês).
O fã que estiver atrás de novelas mais antigas vai ter que esperar mais – atualmente, as novelas mais antigas disponíveis nao Globo Play são O rei do gado (1996), recentemente reprisada no Vale a pena ver de novo, e Da cor do pecado (2004). “Queremos ter grandes clássicos dos anos 70, 80 e 90 na seção Replay, mas isso não deve acontecer no curto prazo. A liberação de conteúdo mais antigo depende de dois esforços: negociação de direitos e digitalização do acervo”, diz Brêtas.
Branded content
A nova plataforma também abre novas possibilidades para os anunciantes, como a de uma marca entrar com seu logo no carregamento do aplicativo. A Globo não comenta sobre a escala de faturamento de seus anúncios on line em relação à TV aberta - nos EUA, estima-se que a receita das emissoras com VoD seja 10 vezes menor que a dos canais de TV. Mas a empresa aposta pesado no branded content, o conteúdo especial criado especificamente com a cara de um anuciante.
“Essas ações permitem que marcas atrelem suas mensagens ao conteúdo Globo, impactando a audiência de forma efetiva. Com o Globo Play, amplificamos essa possibilidade de contato, já que a plataforma nos traz mais uma janela de exibição para projetos especiais”, diz Eduardo Becker, diretor de comercialização de mídias digitais. “Clicando no link do especial, o usuário é direcionado ao ambiente do conteúdo produzido em parceria entre Globo, agências e anunciantes, criando uma experiência imersiva dentro da marca.”
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