CCXP: fãs dormem na fila para ver painel da Warner

CCXP: fãs dormem na fila para ver painel da Warner

Thayz Guimarães, de São Paulo
04 dez 16

Imagem destaque

Foto: Daniel Deák/Galpão de imagens

Warner na CCXP: auditório lotado

O painel da Warner na CCXP começou cedo neste domingo, 4, e para garantir seu lugar no Auditório Cinemark, que tem nada menos que 3,3 mil lugares, muita gente precisou dormir na fila – os portões abrem somente às 10h, mas os fãs começaram a chegar à meia-noite. A espera valeu a pena: foram exibidos materiais de oito produções - duas delas, Kong – A ilha da Caveira e o nacional Bingo – O rei das manhãs, com presença do diretor. O ator Vladimir Brichta, protagonista de Bingo, também participou do evento.

Recebido de pé pelo público, o diretor de Kong, Jordan Vogt-Robert, falou sobre a direção do filme, suas referências e o processo de criação do maior gorila já visto no cinema. “Eu queria que o público olhasse pra ele e dissesse ‘Ele é deus’”, contou. Na nova versão, o macaco gigante terá mais de 30 metros, segundo o diretor.

Apocalypse now e Godzilla

O uso de computação gráfica, porém, foi bastante limitado aos demais elementos de cena. “Há tanto CGI nos filmes de hoje que você nunca sabe o que é verdade ou o que foi criado por computador”, ele brincou. “Em Kong, nós optamos por locações de verdade, porque queríamos que as pessoas se conectassem da forma mais real possível à história, que pudessem quase ‘tocar’ o filme”.

Segundo Vogt-Roberts, o uso de locações em territórios como o Vietnã são um elogio à estética de dois grandes filmes, Apocalypse now (1979), do Coppola, e Platoon (1986), de Oliver Stone. “Numa das primeiras conversas que tive com a Legendary [produtora de Kong], fiz uma proposta que eu tinha certeza que iriam recusar: pegar tudo o que há de bom nesses filmes e misturar com monstros”, ele riu. “Kong não tem nada a ver com Apocalypse now, claro, mas a referência é clara”.

A respeito de um possível cross-over entre as franquias Godzilla e Kong, ambas da Legendary, Jordan não confirma nem descarta a possibilidade. “Está acima de mim responder isso, mas eu adoraria vê-los numa batalha”, afirmou.

Saudosismo antispoiler

O diretor também disse ter saudade de um tempo pré-internet, em que o suspense dos filmes era mantido até a sala de cinema. “Hoje não há mais tanto espaço para a criação de mitos, de fantasias”, reclamou. “Com Kong, o que a gente busca fazer é justamente resgatar esse sentido, essa experiência mais pura. Quero que as pessoas se reconheçam no Kong, porque ele, como todos nós, é belo e terrível ao mesmo tempo”.

DC Comics e produção nacional

A Warner ainda exibiu greetings e featurettes, especialmente feitos para o Brasil, de Animais fantásticos e onde habitam, com Eddie Redmayne; Lego Batman – O filme, com os dubladores original e o brasileiro; Rei Arthur – A lenda da espada, apresentado pelo diretor Guy Ritchie; e do terror Annabelle 2. No vídeo, o diretor David Sandberg disse que mal pode esperar pelas pegadinhas que serão montadas desta vez no Brasil. No panteão da DC Comics, o público teve a chance de assistir a materiais de Liga da Justiça, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna verde e Aquaman.

O diretor Daniel Rezende e Vladimir Brichta encerraram o painel com o lançamento do trailer de Bingo – O rei das manhãs, inspirado na história real de Arlindo Barreto, um dos intérpretes de Bozo, o palhaço brasileiro mundialmente famoso. Reconhecido por seu trabalho como montador de Tropa de Elite 1 e 2 e Cidade de Deus, Rezende, estreante na direção, conta que precisou fazer um intenso trabalho de pesquisa histórica para filmar Bozo. “Assisti a tudo o que tinha de anos 80 para TV e cinema no Brasil e fora daqui”, contou. “Os anos 80 foram uma década de exagero, colorido, roupas largas. Mas a gente queria capturar esse espírito sem depender apenas da direção de arte e do figurino. Queria que a dramaturgia fosse o principal”, contou. O rei das manhãs estreia em agosto de 2017.