O Festival de Cannes divulgou hoje os títulos selecionados para sua 75ª edição, a segunda presencial desde o início da pandemia (em 2021, houve restrições a convidados de diversos países devido às medidas sanitárias). Neste ano, 18 títulos competem pela Palma de Ouro, uma retração leve, em relação aos 21 escolhidos para a disputa em 2021.

Entre os competidores, se destacam nomes de alguns diretores bastante conhecidos, como Kore-eda Hirokazu, que ganhou a Palma de Ouro em 2018, com Assunto de família. Neste ano, Kore-eda, que é japonês, leva um filme falado em coreano para o festival: o drama Broker, que aborda as chamadas baby boxes, espaços onde as pessoas abandonam bebês para serem propriamente cuidados.

Outro veterano de Cannes que volta com novidade é David Cronenberg. O cineasta disputa o prêmio principal com Crimes of the future, uma mistura de terror e ficção-científica, que investiga um futuro onde a humanidade passa a apresentar metamorfoses biológicas.

Divulgação

'Broker' e 'Crimes of the future'

Presença feminina na competição cai

Claire Denis também retorna ao evento, dessa vez com o drama Stars at noon, que acompanha uma mulher em uma missão sombria na Nicarágua. 

Vale notar que, além de Dennis, apenas outras duas mulheres figuram na competição de Cannes (veja a lista completa no fim do texto): Valeria Bruni Tedeschi, com Forever Youg, e Kelly Reichardt, com Showing up.

Apesar de o festival ter assinado um compromisso pela paridade de gênero em 2018, desde então, não houve grandes avanços. O número de 2022 é até menor do que nos anos anteriores, que totalizaram quatro longas dirigidos por mulheres na competição.

Longas brasileiros não chegam a Cannes

Chama atenção também a falta de presença brasileira na 75ª edição do festival. Nenhum filme nacional foi selecionado para as mostras, diferente dos anos anteriores. Em 2021, o país foi representado por Karim Aïnouz, com O marinheiro das montanhas, e em 2020 foi a vez de Casa de antiguidades (Pandora), de João Paulo Miranda. 

Na última edição pré-pandemia, o evento contou com quatro longas brasileiros, incluindo Bacurau (Vitrine), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, que recebeu o prêmio do Júri, e A vida invisível (Sony/Vitrine), também de Aïnouz, que foi escolhido como o melhor filme da mostra Um Certo Olhar.

Títulos aguardados fazem estreia mundial

Fora de competição, títulos aguardados farão sua estreia global durante o festival. Além de Final cut, de Michel Hazanvicius, que abre o evento, também foram confirmadas exibições de Elvis (Warner), de Baz Luhrmann, e Top Gun - Maverick (Paramount).

Confira abaixo a lista completa das principais mostras de Cannes.

Competição - Palma de Ouro

• Armageddon time, de James Gray (Estados Unidos)
• Boy from heaven, de Tarik Saleh (Suécia)
• Broker, Kore-eda Hirokazu (Japão)
• Brother and sister, de Arnaud Desplechin (França)
• Close, de Lucas Dhont (Bélgica)
• Crimes of the future, de David Cronenberg (Canadá)
• Decision to leave, de Park Chan-Wook (Coreia do Sul)
• Eo, de Jerzy Skolimowski (Polônia)
• Forever young, de Valeria Bruni Tedeschi (França)
• Holy spider, de Ali Abbasi (Irã)
• Leila’s brothers, de Saeed Roustaee (Irã)
• Nostalgia, de Mario Martone (Itália)
• RMN, de Cristian Mungiu (Romênia)
• Showing up, de Kelly Reichardt (Estados Unidos)
• Stars at noon, de Claire Denis (France)
• Tchaïkovski’s wife, de Kirill Serebrennikov (Rússia)
• Tori and Lokita, de Jean-Pierre Dardenne and Luc Dardenne (Bélgica)
• Triangle of sadness, de Ruben Östlund (Suécia)

Mostra Um Certo Olhar

• All the people I’ll never be, de Davy Chou (Camboja)
• Beast, de Riley Keough e Gina Gammell (Estados Unidos)
• Burning days, de Emin Alper (Turquia)
• Butterfly vision, de Maksim Nakonechnyi (Ucrânia)
• Corsage, de Marie Kruetzer (Áustria)
• Domingo and the mist, de Ariel Escalante Meza (Costa Rica)
• Godland, de Hlynur Pálmason (Islândia)
• Joyland, de Saim Sadiq (Paquistão)
• Metronom, de Alexandru Belc (Romênia)
• Plan 75, de Hayakawa Chie (Japão)
• Rodeo, de Lola Quivoron (França)
• Sick of myself, de Kristoffer Borgli (Noruega)
• The silent twins, de Agnieszka Smocynska (Polônia)
• The stranger, de Thomas M. Wright (Austrália)
• The worst, de Lise Akora and Romane Gueret (França)