Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O BNDES fez seu primeiro seminário dedicado ao audiovisual desde que Aloizio Mercadante assumiu a presidência do banco e nomeou Juca Ferreira seu assessor para a área de cultura em geral, incluindo o audiovisual. Foi um evento para lavar a alma, que começou com um discurso assertivo em todas as falas, sobre um estado de inércia e absurdos que estamos deixando para trás.
Para Mercadante, o que há de novo no BNDES é que “Lula voltou, e o BNDES voltou também". Não vamos trabalhar sozinhos, mas com o máximo de estatais que se juntarão ao projeto cultural e do audiovisual brasileiro como nos bons tempos dos governos passados do presidente Lula, que possibilitou a realização de vários filmes, grande parte da retomada.”
Nos últimos anos, um dos importantes incentivos do cinema brasileiro na Lei do Audiovisual foi o Artigo 1º, quando as estatais participavam ativamente. Mas isso praticamente acabou. Sobre este assunto, Mercadante foi bastante firme em seu discurso: “Não vamos chamar só as estatais, como Petrobras, Eletrobras, e o próprio BNDES, mas outras entidades, como Sesc, Senai, e Febraban, por exemplo. Temos plena consciência da importância do audiovisual e da situação de terra arrasada em que se encontra.
O cinema brasileiro saiu das salas, perdeu os direitos autorais no streaming e hoje tudo ainda está muito confuso. Mercadante está ciente: “Foi uma devastação, e anunciamos hoje que estamos começando a reconstruir tudo que foi destruído. Para começar estamos disponibilizando R$ 500 milhões para linhas de crédito direto para o setor audiovisual e R$ 200 milhões para empresas de fomento.”
O BNDES tem uma dificuldade operacional de lidar com empresas de cinema de pequeno porte e de financiamento ao fomento. Mas quanto a isso, ele sugere: “Precisamos que as pequenas produtoras ganhem força, pois a fragilidade delas dificulta o financiamento. Pensem na possibilidade de montar cooperativas, depois de juntas, as pequenas poderão se separar e virarem grandes. Parabéns a vocês que resistiram, não apenas à pandemia, mas ao negacionismo, que achava que o cinema tinha que ser objeto de uma guerra cultural, predatória, retrógrada e atrasada”
O BNDES é um dos maiores bancos do mundo mas dá impressão de estar meio atrofiado. Neste ponto, Aloizio Mercadante, o novo presidente do BNDES foi bastante enfático: “Acabou o tempo do BNDES pequeno, temos que dar condições para avançarmos em várias áreas de maneira potente e que traga grandes benefícios ao país. A regulação das plataformas é urgente, vários países da Europa já saíram na frente, e nós, com isso, estamos perdendo tempo e dinheiro, pois ficamos para trás.”
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