Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Se não puder ter sua versão física tradicional, o Festival de Cannes não será realizado em 2020. Em março, a 73ª edição do evento foi adiada para o final de junho ou início de julho, sem uma data fixada. O organizador do festival, Thierry Frémaux, disse à Variety que, “pela história, pela alma e pela eficiência de Cannes, é um formato [o digital] que não funcionaria. Uma competição digital? Deveríamos perguntar para os detentores de direitos se eles concordariam.”
Frémaux adicionou mais argumentos à sua posição: “Filmes de Wes Anderson ou Paul Verhoeven em um computador? (...) Há filmes do nosso festival que foram adiados justamente para serem exibidos na telona. Por que nós os exibiríamos antes num dispositivo móvel?” A defesa de Thierry Frémaux pela exibição dos filmes em tela grande não surpreende. O Festival de Cannes é firme em sua decisão de não aceitar títulos que não tenham lançamento garantido nos cinemas franceses, regra criada em 2018 justamente para evitar que longas exibidos apenas na internet participassem da competitiva, o que levou a Netflix a romper relações com o evento.
Vale lembrar também que o Festival é um dos termômetros para o Oscar, tendo consagrado no ano passado com a Palma de Ouro o filme que, posteriormente, levaria para casa, de forma inédita, a estatueta de melhor filme e melhor filme estrangeiro (Parasita, de Bong Joon-ho).
Na França, espera-se que o pico de contágio do Covid-19 seja atingido na próxima semana.
Festival de Veneza garante realização
Outro evento que descartou a versão digital foi o Festival de Veneza. Seu organizador, Alberto Barbera, garantiu sua realização de 2 a 12 de setembro, mesmo a Itália sendo um dos países mais atingidos pela pandemia. A expectativa é de que até setembro (e talvez até antes disso) a quarentena já tenha sido relaxada por lá.
Eventos do segundo semestre ganham importância
Com o cancelamento, suspensão ou troca de formato da maioria dos eventos cinematográficos previstos até junho, os festivais do segundo semestre ganham ainda mais destaque. Tanto os estrangeiros, como o próprio Festival de Veneza, o Festival de San Sebastián e o Showeast, como os nacionais, como o Festival de Gramado, a Expocine e o Show Búzios servirão para os profissionais botarem a conversa — e os negócios — em dia. Confira abaixo para quando estão programados os principais eventos do Brasil e do mundo após todas as alterações, num recorte do segundo semestre deste ano.
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