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Não foi a lavada que muitos esperavam, mas La la land – Cantando estações liderou os premiados do BAFTA, com cinco estatuetas, incluindo filme, diretor (Damien Chazelle) e atriz (Emma Stone). A cerimônia do maior prêmio britânico do cinema foi neste domingo, dia 12, em Londres, em uma noite marcada pelo tom político dos discursos e pela farta seleção de filmes contemplados.
Mais de 15 produções saíram da festa no Royal Albert Hall com pelo menos uma estatueta. Entre os premiados, estavam os inevitáveis favoritos da temporada: Manchester à beira-mar, Lion – Uma jornada para casa, Um limite entre nós, A chegada, Até o último homem e Jackie.
Além dos três prêmios principais, o musical La la land levou ainda as estatuetas de música original, figurino e montagem. Com seus cinco prêmios, o filme ficou longe do recorde do BAFTA, em nove categorias, para Butch Cassidy, em 1971.
O único destaque da safra que saiu sem prêmios foi Moonlight – Sob a luz do luar. Embora Mahershala Ali seja um dos mais festejados da temporada na categoria ator coadjuvante, perdeu no BAFTA para Dev Patel, por Lion, uma vitória que surpreendeu parte do público.
Outra surpresa foi a não indicação de Denzel Washington para a categoria melhor ator. Sem o vencedor do SAG no páreo, a estatueta foi para Casey Affleck, por Manchester à beira-mar. Viola Davis ficou com o prêmio de atriz coadjuvante, por Um limite entre nós. Kubo e as cordas mágicas foi escolhido melhor animação, enquanto na categoria filme estrangeiro ganhou húngaro O filho de Saul.
Burocracia, prisões e Trump
O júri do BAFTA elegeu Eu, Daniel Blake o melhor filme britânico do ano. Palma de Ouro em Cannes, o longa de Ken Loach sobre um trabalhador que enfrenta uma muralha de burocracia governamental para obter seu seguro desemprego sintetiza críticas da esquerda a respeito do avanço do liberalismo e a decadência do Estado de bem estar social.
Como era de se esperar, o discurso de Loach, 80 anos, antigo paladino das causas humanitárias, seguiu o tom do filme. “As pessoas mais vulneráveis e mais pobres são tratadas por este governo com desprezo e uma brutalidade insensível que são lamentáveis... É uma brutalidade que se estende ao fato de barrarmos as crianças refugiadas que prometemos ajudar”.
O prêmio de melhor documentário para A 13ª emenda, de Ava DuVernay, sobre o sistema carcerário americano, foi outro aceno político do BAFTA. Mais contido este ano depois da gafe de 2016, quando chamou a figurinista Jenny Beavan de “senhora da sacola”, o apresentador Stephen Fry só entrou na seara da polêmica ao cutucar o presidente Donald Trump, dizendo que só “um idiota completo” não consideraria Meryl Streep uma das melhores atrizes de todos os tempos.
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