Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Em 2016, os filmes brasileiros fizeram História. A começar pela bilheteria de Até que a sorte nos separe 3 (Downtown/Paris), estreia do apagar das luzes de 2015, passando pela explosão de Os dez mandamentos (Downtown/Paris), logo em janeiro, foi uma sucessão de êxitos que culminou em recordes. Desde a Retomada, não houve nada equivalente: 30,1 milhões de ingressos vendidos e cerca de R$ 354,8 milhões arrecadados, números que superam a marca anterior, de 2013 (confira na evolução abaixo).
O filme religioso baseado na novela da Record foi o líder absoluto do período, com 11,2 milhões de espectadores, número que finalmente rompeu o recorde de Tropa de elite 2 (Zazen), responsável por 11 milhões de ingressos em 2010. Curiosamente, o segundo lugar de 2016 é Minha mãe é uma peça 2 (Downtown), um lançamento do fim de dezembro que, mesmo encarando fins de semana duros – Natal e réveillon – acumulou 2,8 milhões de bilhetes vendidos no ano. E segue em cartaz.
“Sabíamos que os 24 e 25 seriam dias difíceis, mas acreditamos no período entre esses dois feriados”, conta Bruno Wainer, da Downtown, que já havia previsto recordes para os nacionais este ano. “Paulo Gustavo foi uma aposta grande nossa, desde o primeiro filme. Sabíamos que ele era um sucesso no teatro e na TV por assinatura, mas ele não fazia TV aberta e a protagonista do filme não tinha sido explorada fora dos palcos”, completa.
Filme médio em alta
Foram sete filmes acima do milhão de espectadores no ranking, sendo que um superou os dez milhões e três superaram os dois milhões. Também foi o ano da consolidação do filme médio. Foram 15 filmes na faixa entre os 100 mil e o milhão de público, com alguns títulos fora da comédia (como Mais forte que o mundo, Reza a lenda e Em nome da lei).
No top do ano, os nacionais provaram que a diversidade rende frutos. Teve filme de teor religioso, as imbatíveis comédias, infantil (a continuação de Carrossel), juvenil (É fada), drama edificante (O vendedor de sonhos), biografia (Elis). Houve ainda um filme na competição de Cannes (Aquarius), como não ocorria há oito anos. (O ranking abaixo contém números ainda em processamento e pode sofrer ajustes).
Downtown/Paris fechou em primeiro
Como tem acontecido nos últimos anos, a dobradinha Downtown/Paris mostrou-se insuperável com sua fatia dos nacionais. A parceria respondeu por 81,6% do público dos filmes brasileiros e 79,8% da renda (o market share de todas as distribuidoras será publicado neste começo de ano). “A gente funciona com a mentalidade de um estúdio independente, somos coprodutores”, explica Bruno.
Este ano, as distribuidoras que trabalham com o produto nacional terão o desafio de superar essa enxurrada de ingressos vendidos. Não será tarefa fácil, mas há motivos para acreditar que a tarefa é possível. Estão previstos não só as promessas de 2016 que acabaram mudando de data – TOC, de Tatá Werneck, e Penetras 2, da H2O com Universal – como uma tentativa de reprisar o fenômeno de Os dez mandamentos: a primeira parte da biografia do fundador da Igreja Universal, Edir Macedo.
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