Referência
no mercado de
cinema no Brasil
O mercado de cultura pop é um dos que mais cresce no mundo – consultorias internacionais estimam que só no Brasil o setor deve movimentar cerca de US$ 70 bilhões por ano a partir de 2018. Mas quem é o consumidor deste tipo de conteúdo que inclui produtos tão diferentes como séries, filmes, games, quadrinhos, música e livros? Esta é a pergunta-chave da pesquisa Geek Power 2016, apresentada na manhã de quarta-feira, 30, na CCXP Unlock, área de negócios da Comic Con Experience. Em sua quarta edição, o estudo desenvolvido pelo Grupo Omelete contou com a parceria inédita da Conecta, plataforma digital do Ibope.
Os dados exibidos reafirmam o perfil apontado em edições anteriores: homens, com idade entre 18 e 39 anos, solteiros, sem filhos, com pelo menos ensino médio completo, empregados, renda familiar média de até sete salários mínimos, residente no Sudeste, especialmente em São Paulo. O grupo, explica Otávio, se enquadra na categoria dos chamados millenials (pessoas com idade entre 13 e 36 anos), que hoje representam 50% das pessoas economicamente ativas do Brasil e 70% da força de trabalho. “Os millenials consomem muito mais conteúdo que as gerações anteriores, mas estão dispersos em várias telas. Nosso grande desafio é capturar constantemente a atenção desse público”, ponderou Otávio.
No total, foram distribuídos dois questionários online, cada um com 70 perguntas. Em apenas 18 dias, 26 mil pessoas já haviam respondido à pesquisa. “Chegamos à conclusão de que não tínhamos uma audiência, mas uma comunidade hiperconectada e apaixonada pelos conteúdos”, disse Otávio Juliato, cofundador da CCXP e head comercial do Grupo Omelete. Para Lauren Castelnau, do Ibope Conecta, o engajamento do público foi uma grande surpresa. “Imaginem se conseguíssemos a mesma taxa de adesão nas pesquisas sobre política? A margem de erro seria praticamente zero”, brincou.
Público ainda prefere assistir filmes no cinema
A pesquisa destaca a relação estreita deste grupo com os suportes e conteúdos digitais: entre os entrevistados, 91% faz compras online de livros, jogos e ingressos; 86% assistem a séries no computador; 66% usam celular enquanto assistem TV, principalmente para trocar mensagens instantâneas; dez horas por dia é a média de navegação online (grande parte realizada via smartphone). Por outro lado, mídias tradicionais como o cinema e a TV, por exemplo, também aparecem como destaques: 63% dos entrevistados ainda preferem assistir a filmes no cinema, sendo que dois terços do total vai ao cinema pelo menos uma vez por mês; 75% têm mais de uma TV em casa e 70% possuem TV por assinatura (NET e SKY). Os canais pagos HBO, Telecine, Fox e Warner foram apontados como os preferidos do público, assim como as plataformas YouTube e Netflix, na categoria streaming de vídeo.
“A gente está totalmente alinhado com essa pesquisa”, afirma Marcel Della Negra, vice-presidente da Fox Networks. Para ele, o que cinco ou seis anos atrás era negócio de nicho hoje virou mercado massivo. “Precisamos entender esse público, trazendo também novas experiências e ativações que não se restrinjam a assistir séries na TV e filmes no cinema”, declarou.
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