Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Há algum tempo, muitos agentes do mercado têm discutido a necessidade de uma grande plataforma VOD para os filmes brasileiros, que ainda encontram uma entrada tímida nas plataformas mais comerciais. A nova promessa é a SPVOD, título provisório do projeto idealizado por um consórcio entre a SPcine, a O2 Play (distribuidora digital da produtora O2) e a Hacklab, empresa de tecnologia digital.
Eles pretendem lançar uma versão beta da plataforma já em janeiro, com título e endereço na internet a definir. A ideia é começar com um pequeno catálogo de dez longas nacionais, num mix que represente a diversidade, com documentários e longas de ficção independentes; títulos mais antigos e outros mais recentes. O modelo será o transacional, com cobrança por título e não por assinatura – e o valor almejado do aluguel de cada filme deve ficar em torno dos 5 reais.
“Os primeiros meses da versão beta serão importantes para descobrir o interesse do mercado, o entendimento dos produtores e a aceitação dos clientes”, define o diretor da O2 Play, Igor Kupstas. Para colocar o projeto de pé, eles contam com uma verba relativamente modesta de R$ 250 mil, dos quais R$ 130 mil são de aporte direto da SPcine.
Aprendendo os contratos
Além da receita com o aluguel dos filmes, a SPVOD também espera ter parte da receita com publicidade. Um dos modelos pensados é o da inserção de pequenos anúncios antes de cada filme, como o praticado pelo Youtube.
De acordo com Igor, responsável por se reunir com produtores e negociar filmes para a plataforma, o mercado está num momento de aprendizado de como são os contratos de video on demand. “Se um filme está no Netflix ou no iTunes, pode estar na nossa? O que diz o contrato que foi fechado com a primeira platafotma? O Netflix pode ter negociado exclusividade, mas apenas para o SVOD, em sistema de assinatura. Para o transacional, o filme continua livre”, explica. Para ele, o foco do perfil será mais importante na nova plataforma do que a exclusividade dos títulos. Na criação, o diretor usa como referência experiências bem sucedias de VOD para cinema de nicho no mundo, como as do BFI (British Film Institute) e do Instituto Mexicano de Cinema.
O peso das redes
Na fase 2, quando a plataforma for lançada oficialmente, os parceiros devem fazer um investimento para divulgação e consideram incluir outros formatos, como curtas e médias-metragens.
“Um dos nossos desafios é dar viabilidade economica para filmes que não estão entrando nas plataformas hegemônicas. Hoje, a maioria desses filmes não fica disponível para o público depois”, diz Luiz Henrique Fagundes, criador do Hacklab. Ele explica que cada filme chega com um peso diferente numa nova plataforma – e o trabalho desevolvido nas redes sociais na época do lançamento nos cinemas é fundamental para o êxito no novo canal.
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