Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Em 2018 chega ao circuito o primeiro longa-metragem infantil não animado rodado em 3D no Brasil. Pluft – O fantasminha é uma adaptação para o cinema da clássica peça de teatro escrita por Maria Clara Machado em 1955. Produzido pela Raccord e com direção de Rosane Svartman (Tainá – A origem), o filme aposta no formato 3D como diferencial para o público infantil.
“Todo o desenho de produção do filme é muito diferente do que se costuma fazer por aqui. Cada detalhe, desde o roteiro, foi pensado para ser filmado em 3D e live-action”, explica Clélia Bessa, produtora do filme.
A despeito dos custos elevados da produção (cerca de US$ 10 milhões) e da falta de experiência do Brasil no formato, a decisão pelo 3D, segundo a produtora, foi puramente artística e mercadológica. “Estamos tratando de um mundo fantástico, com fantasmas e piratas. O 3D tem essa linguagem, por si só já traz essa magia”, afirma. “A gente sabe que, para ser competitivo, o filme infantil tem que trazer um algo a mais, e neste caso é o 3D”.
Efeitos à la Méliès
Pluft será filmado em duas etapas. A primeira, com duração de quatro semanas, tem como locações o Rio Grande do Norte e o Rio de Janeiro. Já a segunda, prevista somente para abril, será dedicada às cenas com efeitos especiais. Nestas, de acordo com Clélia, não serão economizados os truques e técnicas artesanais na tradição do francês Georges Méliès, pioneiro dos efeitos especiais nos primeiros anos do cinema – as sequências com fantasmas, por exemplo, serão inseridas em planos filmados debaixo d’água.
Por fugir à convenção do 2D, os custos de produção de Pluft, com aportes públicos via Fundo Setorial e Artigo 1A , representam quase o dobro do valor médio investido em filmes infantis no Brasil. “O 3D encarece porque demanda duas câmeras e o dobro de gastos com equipe e pós-produção”, explica Clélia Bessa. “No nosso caso, a produção também encarece porque misturamos muitas técnicas, filmamos embaixo da água e temos crianças e bichos no elenco”.
À procura do ator
O filme retrata a inesperada amizade entre a menina Maribel (Lola Belli) e Pluft, um menino fantasma que tem medo de gente. Eles se conhecem quando a menina é sequestrada pelo pirata Perna de Pau (Juliano Cazarré). Esta é a segunda vez que a história de Maria Clara Machado é levada para a tela grande. A primeira aconteceu em 1961, com direção do franco-brasileiro Romain Lesage (1924-1996). No original, o papel principal coube a Dirce Migliaccio (1933-2009). Para a nova versão, ainda não está definido o ator mirim que viverá Pluft. As audições para a escolha do ator abrem em fevereiro.
No Brasil, até hoje, poucas experiências de longas em 3D para cinema chegaram ao circuito comercial. Em 2011, foi lançada a animação Brasil animado (2011), de Mariana Caltabiano. Em 2013, Luiz Fernando Guimarães estrelou a comédia comédia 3D Se puder... Dirija! (2013), da Total, com Luiz Fernando Guimarães. No mesmo ano, a Gullane lançou a coprodução franco-brasileira Amazônia (2013), uma aventura pela maior floresta do mundo guiada pelo olhar de um macaco-prego.
© Filme B - Direitos reservados