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Fuocoammare (Fire at sea), do italiano Gianfranco Rosi, venceu o Urso de Ouro de melhor filme, principal prêmio do Festival de Berlim, neste fim de semana. Foi uma escolha de claro viés político do júri presidido por Meryl Streep, já que o documentário retrata a arriscada viagem por mar de refugiados da África, Oriente Médio e Ásia, em direção à ilha de Lampedusa, na Itália. A imigração é um dos temas mais delicados atualmente para a Europa, e a Alemanha foi palco de conflitos recentes.
De carreira ainda curta, Rosi já teve um outro documentário premiado: Sacro GRA, de 2013, que mostra figuras à margem de um grande anel rodoviário italiano. O longa saiu com o Leão de Ouro no Festival de Veneza naquele ano. Ao receber sua estatueta no sábado, em Berlim, o diretor fez questão de dividir a honraria com seus retratados: “Neste momento, tenho que pensar nas pessoas que não sobreviveram a sua jornada até Lampedusa”, disse.
O prêmio do júri foi para Smrt u Sarajevu (Death in Sarajevo), drama dirigido por Danis Tanovic que narra a chegada de uma delegação diplomática a um hotel. A diretora Mia Hansen-Love ficou com o Urso de direção por L’avenir (Things to come), com Isabelle Huppert. Venceram as categorias melhor ator e atriz: Majd Mastoura, pelo tunisiano Hedi, e Trine Dyrholm, por Kollektivet (The comune), dirigido por Thomas Vinterberg.
Entre as premiações paralelas, o filipino Lav Diaz foi o vencedor do Alfred Bauer Prize, para filmes de linguagem inovadora, por Hele sa hiwagang hapis (A lullaby to the sorrowful mystery). O Teddy, para obras com tema gay, foi para o austríaco Kater (Tomcat). Ao Brasil, coube um prêmio dos leitores da revista Männer, dirigida ao público LGBTT, para Mãe só há uma, de Anna Muylaert.
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