A China anunciou mais um recorde no seu faturamento de bilheteria em 2015, que já alcança US$ 6,25 bilhões – aumento de 48% em relação a igual período do ano passado. Como comparativo, a bilheteria total de 2014 foi de US$ 4,6 bilhões. Como o país mantém uma política de cotas restritas para os longas de Hollywood, não foi muita surpresa ver que 59% desse faturamento veio de produções locais.

O market share do filme local chinês ainda deve aumentar até o fechamento de 2015, porque em dezembro ainda estreiam dois grandes filmes chineses de ação, The Ghouls e Skiptrace. Por seu lado, Hollywood tem demonstrado uma certa preocupação com a bilheteria de seus filmes na China, que não é necessariamente gigantesca para todos os longas lançados lá – e lembrando que, pela lei local, os estúdios ficam com apenas 25% da renda arrecadada. Longas como 007 contra Spectre (US$ 86 milhões até agora) e o último Jogos Vorazes (US$ 22 milhões) decepcionaram por lá.

Jovens do interior

Segundo analistas de Hollywood, o problema para alguns filmes americanos são as cidades de segundo e terceiro nível em termos populacionais, que privilegiam os filmes locais com estrelas conhecidas e grandes campanhas de divulgação. Como os estúdios americanos são avisados com menos antecedência da autorização do lançamento, há menos tempo para preparar uma ação de marketing. Um relatório da agência de notícias Xinhua constatou que mais da metade dos 100 milhões de ingressos vendidos mensalmente no país é comprado por espectadores jovens das cidades pequenas. O percentual de público das grandes cidades como Pequim caiu de 25% em 2011 para 18% nos nove primeiros meses de 2015.

Esses resultados ruins foram compensados neste ano por sucessos como Vingadores: Era de Ultron, Velozes e Furiosos 7, Jurassic World e Missão: Impossível 5, que entraram nos top 10 de maior renda na China em 2015.

Panda chinês

Nesta sexta, estreia na China o último filme americano do ano, Caçadores de emoção: Além do limite. Em janeiro, estão previstos três grandes lançamentos. O primeiro é a animação da Pixar O bom dinossauro (1/1). O segundo é Star Wars – O despertar da força (9/1), para o qual a Disney montou uma grande estratégia mundial, mas da qual é impossível medir o alcance previamente junto ao público chinês. O terceiro é Kung Fu Panda 3 (29/1), que terá a curiosidade de ser a primeira produção China-EUA a sair do papel. As informações são do site Deadline.