Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Depois de 20 anos de ditos, desditos, investigações e incertezas, Chatô, o rei do Brasil tem data para virar realidade: dia 19 de novembro. Foi o dia escolhido por Guilherme Fontes para a estreia nos cinemas do longa de carreira atribulada, que terá distribuição de uma empresa criada pelo próprio diretor. Cadeias como Cinemark e Cinépolis já confirmaram que vão exibir o filme, em um lançamento inicialmente restrito ao Rio de Janeiro e São Paulo.
O plano de Fontes é lançar o filme em 40 salas (20 em cada capital) no primeiro fim de semana, quando o circuito estará ocupado pela ampla estreia de Jogos Vorazes: A esperança – O final. A repercussão da estreia limitada daria a dimensão da expansão ideal para o lançamento nacional, que, segundo o diretor, pode atingir as 150 salas. “Quero colocar o filme em Salvador, Belo Horizonte e Brasília. Ainda estou tentando negociar cinemas do Sul do país”, adianta.
O diretor cravou a data de estreia depois de negociações (frustradas) com algumas distribuidoras e de exibir o trailer em salas das redes Cinemark, Cinesystem, Estação, e Espaço de Cinema. “O período está cheio de blockbusters, como Jogos Vorazes e Star Wars. Fiquei quebrando a cabeça para pensar nesse calendário, mas finalmente resolvi não lutar e ir junto”, conta o diretor.
Noticiário valeu como propaganda, diz Fontes
O lançamento será exclusivamente em digital, com DCPs a cargo da Mistika, que ficará encarregada da logística de distribuição. Fontes fará a marcação das salas. Não há uma estratégia de mídia tradicional, com spots na TV, anúncios em jornais e outdoors. “Se contar tudo o que já saiu sobre o filme na imprensa, tenho 20 anos de propaganda. Não conheço nenhum outro título brasileiro que tenha tido essa cross-media. Se valorar isso dá uma fortuna”, diz ele, que ainda avalia se vai promover cabines para a imprensa.
Chatô, o rei do Brasil começou a ser produzido em 1995, com base na biografia do magnata das comunicações Assis Chateaubriand escrita por Fernando Morais. Interrompido pelo Ministério da Cultura em 1999 por suspeita de mau uso do dinheiro público, o filme percorreu um périplo judicial, que incluiu questionamentos no Ministério Público Federal e no Tribunal de Contas da União. Este ano, o Superior Tribunal de Justiça arquivou a ação de improbidade administrativa.
Épico com ritmo de The Flash
“Tive um ganho na Justiça depois de muitas perdas, de tempo, de credibilidade. Mas não penso mais nisso”, afirma Fontes. O diretor afirma que sua maior alegria, agora, é lançar a obra “sem nenhum resquício de filme velho”: “Como fui mexendo no filme ao longo de muitos anos, ele está com o tratamento de cor novo, a edição moderna. A produção está toda lá. É um épico, mas passa rápido como The Flash”.
A trajetória atípica do filme incluiu um retorno às filmagens em 2004 e a montagem com recursos do diretor, dois anos depois. Este ano, duas notícias indicaram de que a estreia do longa finalmente estava próxima: a classificação indicativa pelo governo federal, em maio, e a divulgação do trailer no YouTube, logo em seguida. O corte final, que chega aos cinemas no mês que vem, tem 1h42.
Embora o diretor ressalte a atualidade do filme, nas imagens divulgadas no trailer é visível a passagem do tempo na fisionomia dos atores. Além do protagonista Marco Ricca, Chatô, o rei do Brasil tem no elenco Paulo Betti (na pele de Getúlio Vargas), Letícia Sabatella, Leandra Leal, Gabriel Braga Nunes, além de outros nomes já falecidos, como Walmor Chagas e José Lewgoy.
© Filme B - Direitos reservados