Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Com um novo slogan, “Uma TV aberta para o novo”, a Record pretende aumentar consideravelmente nos próximos anos seu investimento em conteúdo terceirizado, comprando séries e programas prontos de produtoras independentes, além de promover coproduções e parcerias com canais de TV paga.
Foi o que anunciou na última quarta o diretor de aquisições da emissora, Hiran Silveira, no primeiro seminário do Rio Market. “Estamos revendo nossas estratégias e buscando o que o mercado tem a nos oferecer, reservando verbas de desenvolvimento de conteúdo para ser usada em parcerias”, contou.
Para 2016, a Record já encomendou quatro séries a produtoras independentes. Com o sucesso da novela Os dez mandamentos, maior sucesso da emissora desde 2004, o próximo passo é a abertura de um segundo horário para novelas. A ser produzida no ano que vem, Josué e a Terra Prometida, continuação da novela agora no ar, já deve ter sua produção terceirizada, o que vem aumentando o rumor de demissões em massa nos corredores do canal.
Hiran relativizou a importância das pesquisas qualitativas na elaboração das novelas, séries e programas da Record. “Já fizemos projetos totalmente direcionados por pesquisas que não vingaram, e outros sem pesquisa que foram muito bem”, contou. Como as outras grandes emissoras, a Record investe atualmente na expansão de suas plataformas online, mas sem resultados visíveis. “Mas não sentimos ainda uma relação direta entre os esforços de integração entre as mídias e a audiência”.
A TV como nuvem
Outro palestrante, Caio Carvalho, diretor executivo do Canal Arte 1, dedicado a arte e cultura, lembrou que, hoje em dia, um programa de sucesso é aquele disponível em várias plataformas. “A TV do futuro é uma nuvem de conteúdos televisuais. Minha meta é incluir o Arte1 em todas as smarTVs”, afirmou. Por ser considerado pela Ancine um canal de conteúdo qualificado, o canal está presente hoje em todas as operadoras de TV paga, o que fez crescer seu faturamento.
Caio apresentou uma série de dados sobre o consumo de mídias no Brasil hoje: a TV ainda é responsável por 73% do consumo total de mídia no país, ficando a internet com os outros 37%. Hoje, o brasileiro passa em média quatro horas e meia por dia na internet. Apenas 28% da população tem TV por assinatura, mas a audiência dos canais pagos cresceu 135% nos últimos cinco anos. “Cada vez mais, a TV aberta deve monitorar e interpretar os movimentos da TV por assinatura”, disse o executivo.
Puro entretenimento
Marcelo Braga, diretor-geral da Endemol Shine Brasil, produtora que vende formatos de programas e reality shows para outras emissoras, apresentou os seus cases de sucesso, como o Masterchef da Bandeirantes e o novo Batalha dos confeiteiros, na Record.
Ao ser perguntado sobre a tendência da Globo em misturar jornalismo e entretenimento na sua programação, ele foi categórico: “Há uma tendência em misturar entretenimento com tudo. Quando me perguntam se o Masterchef está ajudando a criar novos chefs, respondo que não, é puro entretenimento. Uma pesquisa mostrou que os EUA tem o maior consumo de programas de culinária do mundo, mas ao mesmo tempo é o país onde as pessoas menos cozinham”, contou.
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